Grafia

A Autora deste Blogue optou por manter na sua escrita a grafia anterior ao Novo Acordo Ortográfico.

quinta-feira, 5 de março de 2009

The Sound of Silence

Perdoem-me. O silêncio e a ausência de ideias transformadas em palavras. Lá fora, numas quaisquer obras, um maço bate de encontro a uma parede. Um som cavo, dois braços que levantam um peso, uma parede que se vai desfazendo em tijolos, pó e destroços pelo chão. Assim está o meu coração. Bate e parece que me sai do peito, não pela força com que bate mas pela dor que sente. Eu sou a parede. Desfaço-me. Por cima de mim passaram anos de vida e uma nova ruga surgiu no mapa da minha pele. Que crescemos com as dificuldades que enfrentamos na vida, dizem. E as tristezas? Os choques brutais que sofremos e para os quais a vida não nos fornece cinto de segurança. O que provocam eles em nós?
Perdoem-me tanta tristeza, tanto desalento, tanto silêncio...sem som

Funeral Blues, W.H. Auden

Stop all the clocks, cut off the telephone,
Prevent the dog from barking with a juicy bone,
Silence the pianos and with muffled drum
Bring out the coffin, let the mourners come.

Let aeroplanes circle moaning overhead
Scribbling on the sky the message He is Dead.
Put crepe bows round the white necks of the public doves,
Let the traffic policemen wear black cotton gloves.

He was my North, my South, my East and West,
My working week and my Sunday rest,
My noon, my midnight, my talk, my song;
I thought that love would last forever: I was wrong.

The stars are not wanted now; put out every one,
Pack up the moon and dismantle the sun,
Pour away the ocean and sweep up the woods;
For nothing now can ever come to any good.

Ausência

Quero dizer-te uma coisa simples:
a tua ausência dói-me. Refiro-me a essa dor que não
magoa, que se limita à alma;mas que não deixa,
por isso,de deixar alguns sinais - um peso
nos olhos, no lugar da tua imagem, e
um vazio nas mãos. Como se as tuas mãos lhes
tivessem roubado o tacto. São estas as formas
do amor, podia dizer-te; e acrescentar que
as coisas simples também podem ser
complicadas,quando nos damos conta da
diferença entreo sonho e a realidade.Porém,
é o sonho que me traz a tua memória; e a
realidade aproxima-me de ti, agora que
os dias correm mais depressa,e as palavras
ficam presas numa refracção de instantes,
quando a tua voz me chama de dentro de
mim - e me faz responder-te uma coisa simples,
como dizer que a tua ausência me dói.


POESIA, Pedro, Lembrando Inês, Nuno Júdice

quarta-feira, 4 de março de 2009

Notícias de Morte # [1]

A morte não me assusta. É um assunto com o qual lido bem porque é bastante natural para mim pensar que será ela o fim de cada um de nós. Não fujo de falar sobre o assunto e faço bem os meus lutos. Choro, sofro, penso e falo. Acredito que cada um dos que partiu, da minha vida, do meu contacto, estará num outro plano, infinito, numa outra vida que ninguém sabe se será melhor ou pior que esta. Tudo isto. Quando a morte é natural, esperada, na devida idade (se é que existe uma idade devida para morrer).

Impression: Sunrise [1873], Claude Monet

Quando a morte chega e leva consigo alguém que teria ainda muito para viver, fazer, amar, rir e chorar, alguém cuja saúde garantia que a vida seria longa, fico incrédula. Amarrotada. Silenciosa. Tudo me dói e duvido. Duvido da existência de um Ser superior. Duvido do sentido da vida. Sofro. Por quem perde alguém desta maneira...inesperada, estúpida.

Estou. Silenciosa. Incrédula. Sofredora.

Por uma Mulher. Forte. Mãe de cinco Filhos. Amiga ["É bom ter tido um amigo, mesmo se a gente vai morrer." O Pequeno Príncipe - Antoine de Saint-Exupéry.] Perdeu o seu Filho mais velho. 26 anos.

Notícias de Morte

Fotografia daqui

O Presidente da República da Guiné Bissau morreu. Assassinado. Com ele, morreu também o Chefe do Estado Maior, Tagma Na Waie. Na casa onde tudo aconteceu ficou o cheiro e o rasto de duas mortes violentas.

Independentemente do que eram e o que significavam estes homens na Nação que chefiavam e no Mundo, eram dois seres humanos. Com familiares. Com amigos. Ontem, ao assistir ao Jornal da Noite da SIC, fiquei incomodada. Não só pelas imagens do espaço repleto do sangue das duas vítimas, mas pelas perguntas que estavam a ser feitas ao sobrinho de Nino Vieira. Achei-as de mau gosto, de pouco interesse para quem estava a assistir ao noticiário, de falta de respeito pelo luto dos familiares.

Na minha modesta opinião, as guerras de audiências não podem justificar tudo o que é feito, dito e mostrado em televisão.

Quando me faltam as palavras...

Parece-me que todas nós, Mulheres, sabemos como são os homens quando estão doentes ... para que não me acusem de feminista e outras coisas acabadas em ista, deixo aqui as palavras de um Senhor, enviadas por mail por uma Amiga. Só para nos rirmos um bocadinho, porque os dias não andam muito causadores de risadas.

Sátira aos HOMENS quando estão com gripe

Pachos na testa, terço na mão,
Uma botija, chá de limão,
Zaragatoas, vinho com mel,
Três aspirinas, creme na pele
Grito de medo, chamo a mulher.
Ai Lurdes que vou morrer.
Mede-me a febre, olha-me a goela,
Cala os miúdos, fecha a janela,
Não quero canja, nem a salada,
Ai Lurdes, Lurdes, não vales nada.
Se tu sonhasses como me sinto,
Já vejo a morte nunca te minto,
Já vejo o inferno, chamas, diabos,
anjos estranhos, cornos e rabos,
Vejo demónios nas suas danças
Tigres sem listras, bodes sem tranças
Choros de coruja, risos de grilo
Ai Lurdes, Lurdes fica comigo
Não é o pingo de uma torneira,
Põe-me a Santinha à cabeceira,
Compõe-me a colcha, Fala ao prior,
Pousa o Jesus no cobertor.
Chama o Doutor, passa a chamada,
Ai Lurdes, Lurdes nem dás por nada.
Faz-me tisana e pão de ló,
Não te levantes que fico só,
Aqui sózinho a apodrecer,
Ai Lurdes, Lurdes que vou morrer.

Será?


Quer saber mais sobre Dalí? Clique aqui!

Faça você também
Que gênio-louco é você?
Uma criação de
O Mundo Insano da Abyssinia

Mais depressa se apanha um Mentiroso do que um Coxo

Chegou a altura de repôr as verdades. Não me parece que fosse muito difícil descobrir quais eram as minhas mentiras. Eu tenho muito pouco jeito para mentir, para dissimular, por isso às vezes prefiro ficar calada, quietinha no meu canto, a abrir a boca para falar. Há situações e pessoas que realmente me "tiram do sério", pela sua pose e atitude superior em relação aos que as rodeiam. A essas respondo com o meu silêncio...mas este é só um parênteses...

A primeira verdade/mentira é que no Colégio que frequentei aos três anos, atirei mesmo com uma pedra à cabeça do menino que não quis fazer de meu leão no circo imaginário, mas os meus Pais não se queixaram à direcção do Colégio. Receberam o conselho de que seria melhor eu sair e foi o que aconteceu!

A segunda verdade/mentira é que no Ciclo Preparatório fui mesmo colega das filhas do Fernando Midões e do Morais e Castro. Eramos (e ainda somos) amigas. Quanto a grupos de teatro e grupos corais, nunca frequentei nenhum!

A terceira verdade/mentira é que no Liceu fui colega e grande amiga de um dos filhos do Prof. Freitas do Amaral, mas nunca namoriscámos!

Aos que apostaram e acertaram, parabéns. Aos que apostaram e falharam, o que conta é participar!

terça-feira, 3 de março de 2009

Palavras # [1]

E eu, que gosto tanto de palavras, vejo-me a fugir delas.
Esta veio daqui
Evito-as porque não as quero desagradáveis.
Silencio-as porque não as quero dolorosas.
Arrumo-as porque não as quero saudosas.

E elas, submetem-se à minha vontade.

Porque se querem doces, reconfortantes e sempre presentes!

Causas com Gente dentro

Esta é uma das que
mais respeito...

segunda-feira, 2 de março de 2009

F U R I O S A



Há sempre uma primeira vez para tudo na vida ... infelizmente hoje foi a minha primeira vez para ser multada pela polícia.

Parques de estacionamento pagos, cheios. O que eu ía fazer era rápido, pagar a água. Reconheço o meu erro, mas tal como eu havia outros...carro em cima do passeio.

Quando voltei, para além do débito estrondoso da conta da água, tinha também uma notinha no vidro da frente - 30€!

Fiquei furiosa. Irritada. E com mais uma despesa para pagar...

Branco



Estamos a chegar aos tempos de Primavera e com eles chega-nos também a vontade de mudar as cores que nos cobrem. Quase sem querermos, abrimos os roupeiros e as cores que nos aconchegaram no Inverno parecem-nos pesadas e desagradáveis.

Branco. Ausência de cor. Paz, pureza, leveza. O
ATL da Galizarepresenta-o assim, para que todos o possamos visitar. Cliquem nas palavras e vejam onde e durante quanto tempo poderão ver de que são capazes aqueles que fazem do ATL da Galiza um espaço sempre mágico!

domingo, 1 de março de 2009

Com a Verdade me Enganas!


Do lado azul da blogosfera chegou a mensagem.

Cocei a cabeça, olhei-me ao espelho e tentei recordar-me...mas como é que posso falar sobre isto? Na verdade não me consigo lembrar quem sou! As minhas memórias são tão remotas...

Sei que sou um ser humano, do sexo feminino. Nasci há 43 anos em Lisboa depois de ter sido fabricada em Lourenço Marques. Por ter sido a primeira filha, primeira sobrinha e primeira neta, os meus Pais puseram-me num colégio aos três anos, para deixar de ser "bicho do mato". Infelizmente nunca tive muito bom feitio e as Irmãs aconselharam os meus Pais a tirar-me do Colégio, depois de ter atingido a cabeça de um colega com uma pedra de calçada por ele não ter querido ser o leão do meu Circo. Os meus Pais não quiseram acreditar neste meu acto de violência e chegaram a fazer uma queixa à Direcção do Colégio...

No Ciclo Preparatório fui colega de turma de filhas de "pessoas conhecidas" como o Fernando Midões e o Morais e Castro e de pessoas que viriam a ser conhecidas, conhecimentos estes que acabaram por me levar a integrar os grupos de teatro e de música de todas as Escolas por onde passei.

E a vida lá foi andando sem sobressaltos...bem...mais tarde, no Liceu, houve alturas em que tive de sair pela janela dos balneários para não ser "atacada" na porta da frente (por ser de "côr" diferente da da lista que ganhara as eleições para a Associação de Estudantes). Neste Liceu fui colega de turma de um dos filhos do Prof. Freitas do Amaral com quem tive um pequeno namorico.

Termina aqui a minha memória de mim...espero que pelo que tenho escrito no Vekiki me consigam ajudar a descobrir quais são as seis verdades e as três mentiras sobre mim...

I'll wait :)

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