Grafia

A Autora deste Blogue optou por manter na sua escrita a grafia anterior ao Novo Acordo Ortográfico.

sábado, 17 de dezembro de 2011


Daqui

Há dias mágicos...

O dia de Inverno em que acordamos com o Sol a fazer riscas de sombras nas paredes do quarto e a aquecer os pés da cama.
O dia de Verão em que o calor nos acorda cedinho e nos chama para a vida, irresistível na sua energia e alegria.
O dia em que acordamos depois de uma noite bem dormida e de um sonho que nos pôs com um sorriso nos lábios e um calor no coração.

Hoje é um dia mágico sem que nada disto tenha acontecido.
As letras comovem-me sempre, as leituras muito mais e quando tudo isto se alia às emoções, então há, de certeza, magia na maneira como olho o dia.
Uma colega desta "profissão" recente vê hoje o produto do seu trabalho nas bancas - Velocidade Colher - e eu não consigo desligar este acontecimento importante na vida dela, do meu sentir.
Trabalhar num projecto como é O livro, é trabalhar na obtenção de um resultado que, não é à toa, se diz ser idêntico ao de ter um filho. É uma coisa que nasce, mas uma coisa onde tudo transpira o ser de quem nele trabalhou. Ao folhear o livro da Gasparzinha não me senti a folhear apenas mais um livro de culinária. Senti-me a fazer parte do mundo dela, porque é isso que um livro deve transmitir, bocadinhos de quem o criou, e o livro dela traz logo isso no início, a dedicatória.
Hoje, o dia é mágico para ela. E este post é para ela.
A fotografia escolhida, do meu fotógrafo/blogger preferido. Uma fotografia que me faz sonhar com cartas de amor. As cartas que gostaria de ter atadas com uma fita vermelha dentro de uma gaveta perfumada com o cheiro intenso de sabonetes de outras eras.
Hoje, o dia é mágico porque me fez vir aqui e, ao chegar, encontrar 12 comentários para publicar. Cheios de saudades, de ternura e de pedidos de regresso. E as lágrimas a virem-me aos olhos, porque, às vezes, o virtual consegue ser tão mais forte que o real.
Hoje, o dia é mágico. Por vocês.
Obrigada!

sábado, 5 de novembro de 2011

Continuo por Aqui


Diário de Lisboa - The Lisbon Diary

Completou-se na quinta feira um ano. Um ano inteirinho de trabalho intenso, de uma reviravolta imensa na minha rotina de Mãe, Dona de Casa, blogger dedicada.
Os resultados têm sido excelentes, surpreendentes para mim e, penso, para todos os que de mais perto me conhecem. Impensável, na minha cabeça, esta coisa de andar de um lado para o outro, a entrar de casa em casa desconhecida, a sair de minha casa à hora em que todos regressam, a entrar em minha casa à hora em que já muitos dormem.
Sim, tem sido uma vida marcada pela diferença relativamente aos últimos 13 anos. De casa. De Filhos. De Família. De roupas. De pós. De refeições. De tantas coisas completamente enfadonhas e absurdamente pouco criativas. No entanto, foi no meio de tão pouca criatividade em meu redor que nasceu este blogue que acumulou 126 seguidores ao fim de 3 anos, que acumulou comentários que me deixaram orgulhosa dos pontos e vírgulas que sempre soube usar e das palavras sem erros que vou ter de reaprender a escrever.
Sinto-lhe a falta. Aqui foram ficando pedaços de mim. Os pedaços que realmente eram meus e os que ia inventando, deixando sair à medida que as mãos se agarravam às teclas. Cheguei a imaginar, na minha cabeça desprovida de outras preocupações que não as inerentes à esplendorosa carreira de Dona de Casa, que alguém, lendo o meu blogue, me convidaria para escrever em locais de maior visibilidade e que a oportunidade de ter um livro com o meu nome na capa poderia surgir. Nada disto aconteceu...
Hoje, em conversa com alguém que também gosta da escrita, embora a condimente com sabores e cheiros diferentes dos meus, voltou esta vontade súbita de dar aos outros as minhas palavras. Porque elas continuam a dançar cá dentro da cabeça quando, agarrada ao volante, ando por estradas conhecidas e desconhecidas, com vontade de ter um aparelhómetro que ligado ao meu cérebro fosse registando o que naqueles momentos únicos de solidão me vai surgindo como escrevível.
Depois o sinal de sms abanou o meu telefone e outra pessoa, esta das mais importantes na história deste blogue, veio avivar a vontade de voltar a ler comentários aos meus posts.
Nada como as imagens do Artur para me porem a escrever! As saudades dele também são grandes!
Fui lá buscar esta fotografia. Aquela pode ser a minha mão. A mão que empurra, dia após dia, portas de escada de prédios desconhecidos e que faz trabalhar o que me leva a cada casa onde entro.
Um ano. Foi o tempo que já passou desde que começou esta minha nova vida.
65 é o número de pessoas que passaram a estar ligadas a mim por causa de uma máquina. 44 é o número de pessoas que me conheceram, a mim e à máquina, mas não ficaram tão ligadas a mim.
59,6% é o número que representa o meu sucesso nesta actividade.
Eu, que nunca fui fã de números, vivo agora em função deles. E vivo bem...mas tenho saudades das minhas letras que sempre me ocuparam a mente.
Continuo por Aqui e sei que apenas depende de mim, mas preciso de incentivos e esses, vêm daí!

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Post pontual

Daqui
Regresso aqui.
Um comentário perdido na caixa de correio do blogue relembra-me a ausência.
O abandono a que tenho deixado este espaço. A falta de notícias. A aridez de palavras.

Agosto está a terminar. Já se arrumaram na memória os dias de férias em família. Já se fazem ouvir as palavras "escola" "horários" "cadernos" "livros".

Os meus livros estão, finalmente, arrumados. As mudanças dentro de casa não páram e o espaço para os livros está organizado. Os meus livros. As histórias que já li. As muitas que tenho para ler.

Durante três semanas os livros foram-se sucedendo, no meu saco de praia, no meu pano enquanto "corava" ao sol.

Estou em casa. Outra vez. De regresso ao trabalho que me tem tirado o tempo para escrever.

sábado, 25 de junho de 2011

No silêncio da noite e da casa adormecida

Daqui
Prefácio
Há entre mim e as fotografias do Artur um caso sério de amor. Não nos conhecemos e pouco mais sabemos um do outro do que as letras que compõem os nossos nomes próprios. Ele, cinco letras. Eu, apenas quatro. O que é certo é que sempre que a vontade de escrever se sobrepõe à loucura dos meus dias, sei que nas imagens do Artur há, de certeza, algo que me espera e que me inspira.
Hoje, mais uma vez, o dia terminou tarde e em trânsito. O regresso a casa, o jantar, a mesa cheia. Os da casa, mais dois extra. Barulho, conversas, risos, jogos. Intimidades, olhares, partilhas. A família construída. Os esboços de outras famílias que virão a existir...

Capítulo I
O Tempo
...num tempo onde não sei se estarei para viver.
Assalta-me frequentemente a melancolia do tempo que passa. Assalta-me frequentemente a tristeza do tempo que já deixei passar. E depois há cá dentro do peito uma sensação boa de tempo que passa. De olhar para os meus quatro projectos de vida e ver que cada um tem um caminho traçado e que o percorre com a naturalidade da segurança, do conforto, da certeza de saber que algures existe uma espécie de almofada onde poderão sempre voltar a deitar a cabeça quando o cansaço ou as lágrimas insistirem em os derrubar. São tão felizes estes quatro! E eu, sou feliz por eles. Por saber que lhes tenho dado tudo de mim. Por saber que o cansaço que à noite me derruba e me atira para o sofá sem força sequer para ler umas páginas é provocado pelo melhor trabalho do mundo, aquele que eu nunca diria que não voltaria a fazer se o tempo pudesse voltar atrás. Ser Mãe. Este é o trabalho que eu sei fazer melhor e é nele que me realizo. É inevitável o sentimento que me assola. O de que o tempo que passa faz com que as asas dos meus filhos os vão levando, todos os dias, um bocadinho para mais longe de mim. É inevitável a saudade que sinto de os ter ao colo, a caberem-me num braço apenas. É inevitável o desejo de nunca me separar deles...mas é também muito reconfortante sentir que posso contar com eles e que eles continuam a contar comigo.

Capítulo II
A Saudade
...é uma palavra portuguesa e que define um sentimento que eu acho que só nós portugueses sentimos com tanta força.
Hoje tenho sentido saudades fortes, das que tiram o ar. Não sei como as resolver.
Hoje estive em Lisboa à noite e fui incapaz de pôr de lado memórias. As noites de Verão em Lisboa são uma parte forte de mim. Hoje conduzi à noite (como é hábito ultimamente) pela marginal. Faço-o quase em "piloto automático". Gosto de sentir que o mar me vem acompanhando sempre, pelo meu lado esquerdo. A companhia musical, Rodrigo Leão, album Mãe. A música tão forte, tão sentida. Lágrimas.

Capítulo IV
Os dias que correm
...tão iguais.
Intimamente desejo que algo suceda.
Algo que transforme os dias que correm iguais em dias diferentes.

Por vezes basta apenas um abraço. Sentido. Apertado. Um beijo. Uma festa. Um olhar. Um ramo de flores. Um bilhete deixado esquecido em cima do nosso sofá preferido. Um convite para qualquer coisa. Por vezes basta sentir que alguém sente a nossa falta.

...para que os dias que correm iguais se transformem em dias tão maravilhosamente diferentes.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Acessorize [me]

Daqui
Os acessórios fazem parte de mim.
Eu sem acessórios estou despida.
Preciso de todos os furos das orelhas preenchidos por brincos que nunca são iguais à esquerda e à direita. Cinco de um lado, seis do outro.
Preciso de anéis no dedo anelar da mão esquerda. A fazerem companhia à aliança que o modela há 23 anos.
Preciso de colares. Um, se fôr grande e vistoso. Mais do que um se os tamanhos não chocarem com o fio de prata de duas voltas que nunca sai do meu pescoço e onde estão três medalhas, sempre, penduradas. Um Stº António que, acredito, me protege nesta minha vida de descrente. Uma estrela de cinco pontas para que algo do mar (e também do céu) se passeie comigo e um quadrado em que cada face ostenta o nome de cada um dos meus filhos. Quatro.
Se é importante acertar na cor da roupa que visto em cada dia, não é, de todo, de menor importância a escolha dos acessórios que conjugo em cada dia.
Depois há dias estranhos. Como o que hoje atravesso. Ainda não me consegui sentir na roupa certa, nos acessórios correctos. As calças já foram trocadas. A escolha foi para uma echarpe. Demasiado formal. Este cabelo que depois da chuvada de ontem ficou com um aspecto de juba intratável. Uma vontade louca de ir dormir a sesta. 
Na cozinha, à espera, o livro aberto na página da receita que será hoje o jantar. Eu sem vontade de ir para a cozinha. Cozinha. A divisão da casa, minha e de outros, onde tenho passado mais horas nos últimos meses. Onde irei passar o final de dia e início da noite de hoje. Espera-me uma demonstração em Lisboa. Espero que me espere um sucesso porque tem sido duro este mês de Maio. Mês do Coração, mês em que o meu coração tem batido mais depressa quando inicio uma nova demo, mês em que o meu coração vem quase parado quando o resultado não foi o que eu queria atingir!
E eu e os meus acessórios. 
A tilintar. 
Sempre com a esperança de um bater forte de coração no regresso a casa.

Linhas Paralelas


Daqui


Tento não me perder e para não me perder tracei duas linhas paralelas no chão que piso.
Iludida pela imagem das duas linhas vou caminhando a direito. 
Só posso caminhar pelos caminhos que as duas me indicam, pouco importando qual o destino a que me levam. 
Faço-o de olhos fechados. Outras vezes, de olhos semicerrados. 
E as linhas sempre lá. Do lado direito, do lado esquerdo. Paralelas.
Uma de fronte da outra. 
Namoram-se? Veêm-se? Que sei eu da vida destas duas linhas que me guiam? Tracei-as eu ou foi alguém que as traçou para mim? 
E a vida vai passando.
Sem que eu a tente prever, sem que tente adivinhar para onde vou, onde pararei este meu caminho conduzido por mãos invisíveis que me vão levando, de ponto em ponto na vida.

terça-feira, 10 de maio de 2011


Já fez 10 anos o rapaz mais novo cá de casa. Excitação máxima. Presentes. Roupa nova. Bolo para a escola. Soprar velas. Parabéns a você.
Nenhum aniversário o é na realidade se não fôr coroado com uma bela festa de anos onde estejam reunidos todos os amigos e família, onde haja brincadeira até todos estarem mais mortos que vivos.
Foi o que aconteceu no passado domingo.
A mesa encheu-se de coisas boas, daquelas coisa que só as crianças sabem apreciar verdadeiramente, e a casa encheu-se de crianças. Vozes, risos, correrias, muita animação. O tradicional saltar à corda que juntou crescidos, médios e pequenos.
Os cães que estavam completamente doidos também. Assim que apanhavam o caminho aberto esgueiravam-se do quintal para debaixo da mesa da casa de jantar em função "aspirador" sem fios.
As gargalhadas provocadas pelas respostas e conversas da mais nova criança da Família. Sempre com resposta na ponta da língua, "do alto" dos seus dois anos e nove meses, foi-nos presenteando com frases, palavras e gestos aos quais ninguém conseguia ficar indiferente.
O tempo passou a correr, nas palavras do aniversariante. Saíram os amiguinhos. Ficaram Avós, Tios e Prima. Jantar em Família.
Foi tardia a chegada à cama, mas valeu a pena!
Foi um dia e tanto.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Retrato

Daqui
O teu corpo
As minhas mãos no teu corpo
O meu cheiro
A tua roupa inundada do meu cheiro
O teu sabor
Eu esquecida de te saborear
O meu sorriso
Tu esquecido de me fazer sorrir
Eu&Tu
Noutro tempo talvez

Aos poucos, também vou lendo...

Quase não tenho escrito.
Quase não tenho lido.
O que não quer dizer que viva à margem do que vai acontecendo no mundo que gosto de dominar - o das artes, da escrita principalmente.
A minha pilha de "por ler" aumenta consideravelmente e ainda bem que as estantes estão quase prontas, porque estou com uma vontade imensa de os ver bem alinhados e organizados. À partida vou arrumá-los por autor. Acho chique!
Apesar de ainda não ter luz de mesa de cabeceira ou uma luz que me permita ler sem a luz do tecto a ofuscar-me os olhos, o meu novo quarto tem sido tão inspirador de uma bela leitura antes de dormir!!!! Em cima da mesa de cabeceira estão três livros. Dois que aguardam mais concentração e disponibilidade (pelo nº de páginas que ostentam) e este cuja capa aqui publico e que tem sido o meu companheiro. Desde que li o primeiro livro de Michael Cunningham, fiquei apaixonada pelas suas palavras e pontuações. Não me escapou mais nenhum dos seus livros e nenhum deles me desapontou. O homem escreve mesmo bem e lê-lo é um prazer sem medida.
Agora, por exemplo, está a dar-me uma vontade de louca de subir as escadas, deitar-me em cima da colcha fofinha, castanho escura, parecida com chocolate, recebida de presente no Natal e desatar a ler...impossível!
Tenho de ir buscar o Mateus às 15:30. Tenho demonstração às 17:00.
Fica para logo à noite.
Depois de ver o Irmãos&Irmãs na RTP 2.
Os meus guilty pleasures mantêm-se inalterados!!!!

Espelho Meu...

Da Net
Ultimamente tenho andado aborrecida com os espelhos.
A imagem que me devolvem não me agrada. Em nada.
Ando a precisar de apanhar sol, sob pena de me perguntarem se estou doente pois nesta altura do ano é normal já ter uma corzinha mais saudável do que a que ostento agora.
Todos os dias reviro a cabeça para pensar e decidir o que vou vestir. Estou farta do meu guarda-roupa e já aceitava um patrocínio que me vestisse dos pés à cabeça. Mais formal/profissional, mais hippie chique, estou mesmo a precisar de um novo guarda roupa e calçado.
Outra coisa que me anda a enterpigaitar os miolos é o facto de sofrer de uma soneira crónica que as horas de sono nocturno não conseguem reparar e de uma preguicite aguda que as actividades domésticas fazem aumentar.
Diria mesmo que a astenia primaveril se instalou em mim, dos pés à cabeça. Alguém quer sugerir tratamento para tanta queixa egocêntrica?

Misturando Realidades

Da Net
Tenho tido algum pudor em falar da minha actividade.
Por achar que não se coaduna, por achar que talvez não seja muito ético falar aqui do que vou vivendo nesta minha nova aventura. O que se passa é que algo que nunca me havia passado pela cabeça fazer se transformou completamente num projecto a tempo inteiro. O planeamento é uma característica essencial na actividade em que me insiro agora e dedico-lhe uma boa fatia de tempo. Depois, tenho também  que acompanhar os meus clientes. Aqueles que me receberam e que se renderam, aqueles que me receberam e não se renderam. Todos merecem o meu respeito e a minha atenção. Um bom pós-venda é meio caminho andado para novas vendas.
Para além da minha responsabilidade profissional, existe também a minha paixão por pessoas. Tenho conhecido pessoas extraordinariamente interessantes, completamente diferentes umas das outras, mas pessoas tão idênticas naquilo que me leva às suas casas, às suas cozinhas. Sendo que eu já praticava no meu dia a dia o "não preconceito", agora pratico-o muito mais. A partir do momento que uma pessoa que não me conhece de lado nenhum aceita receber-me em sua casa e passar comigo cerca de duas horas, que interessam as diferenças que possa ter em relação a mim?
 Desloco-me sempre com a mesma vontade e ânimo. Mais uma ficha de cliente, novos hábitos ou apenas uma repetição de rotinas já vistas noutra cozinha, quando saio de casa saio sempre de sorriso interior, de pensamento positivo, de vontade de vencer. E tem resultado em cheio!
Em casa de cada um, a educação tem-se revelado um exercício constante, porque se há pessoas que respeitam o trabalho que faço e se portam à altura desse factor - aquele é o meu trabalho -, outras há (até agora um ínfima percentagem!) que não conseguem manter uma postura de quem assiste ao trabalho de outrém.
Gostava de, um dia, juntar todos os meus clientes num jantar. Para que todos se conhecessem nas suas diferenças, se unissem no que os tornou um factor comum. Ando a pensar nisto e a pensar como reagiriam eles.

Aos Poucos


Daqui
Aos poucos esta mega casa vai-se compondo. Depois de uma verdadeira maratona de mudanças internas durante o fim de semana da Páscoa (em que faltámos à nossa bela estadia por terras de Estarreja à conta do gesso no braço do nosso caçula) em que se desmontaram roupeiros e voltaram a montar, em que se despejaram roupeiros e voltaram a encher, em que cómodas seculares foram transportadas de um piso para outro, em que se fizeram viagens ao mundo do mobiliário e decoração em busca de oportunidades e não só, eis que conseguimos finalmente (ao fim de cinco anos e cinco meses de aqui habitarmos) reorganizar espaços e ocupar quartos que há muito nos esperavam.
Estou completamente apaixonada pelo meu quarto novo. Muito mais espaçoso e ensolarado, com a parede da cabeceira da cama forrada a papel, é verdadeiramente tentadora a ideia de passar por lá o dia.
Os miúdos mais novos também estão deliciados. Cada um com o seu quarto embora não exista porta entre eles. Um quarto que poderia ser conjunto mas que é um biquarto. Não havendo porta há a hipótese da converseta antes de adormecer, cada um em sua cama, cada um de cada lado da parede.
Ainda temos imenso trabalho à nossa espera, mas a casa começa a parecer-se com o que para ela sonhámos quando a comprámos. Finalmente vou ter o quarto dos meus sonhos para os meus livros se poderem espalhar por quatro paredes. As estantes já lá estão, prontas a montar. A minha mega secretária com um belo tampo de vidro também. Com uma janela em frente e outra do lado esquerdo, está-me a parecer um bom spot para instalar este meu companheiro de escrevinhar palavras e comunicar com o mundo nas ondas da virtualidade!!!!
No domingo vou ter a casa cheia de crianças. Festejamos os 10 anos do Mateus com amiguinhos e amiguinhas pela casa toda e é nestas ocasiões especiais que valorizo ainda mais o espaço que temos!

Provas de Aferição

Da Net
4º Ano. 10 Anos.
Quando se tem 10 anos e se anda na Escola, todos os dias são especiais. Ou porque é o dia de se ter direito ao campo de futebol da escola, ou porque a brincadeira "Lua Vermelha" está num ponto mesmo alto, ou porque alguém faz anos...tudo o que se passa aos 10 anos de idade é importante. Muito mais importante que os estado da nação ou a Troika do FMI.
O dia de hoje tem sido preparado há semanas. Começam as Provas de Aferição. Hoje com a prova de Língua Portuguesa.
Ontem à noite a preparação da mochila foi mais cuidada do que é habitual. "preciso de um lápis de carvão afiado, e de um afia, e de uma borracha, e de uma caneta sobressalente, e não posso levar a bola de futebol, e a prova é só às 09:30 mas temos de chegar mais cedo porque a Sandra quer falar conosco antes..." Adormecer a horas não foi fácil e acordar antes da hora foi o que aconteceu. Pequeno almoço e vontade de ir embora cedo. Lá fomos nós. O beijinho da praxe à porta da escola, o desejo de boa sorte que, acho, nem foi ouvido. Lá foi ele a correr, dentro de uns calções que não queria usar porque "são muito compridos". Vai tudo correr bem!!!
Tanta responsabilidade em gente tão pequena só pode dar bom resultado.

Lá atrás no tempo...

Daqui
...ficou uma Avó que só alguns conheceram. Precisamente seis. Seis foram os netos que guardaram nas suas memórias mais iniciais de vida a lembrança desta Avó. Seis. Precisamente seis foram os netos que nasceram após a sua partida prematura. Seis são os que a conhecem apenas por a ver sorrir numa fotografia existente na casa de cada um dos filhos. Quatro filhos. Doze netos.
Hoje passam 19 anos desde o dia em que se despediu serenamente de todos. Hoje, também, um dos Filhos comemora 53 anos de vida. Coincidência trágica de datas ou apenas coincidência?
Em cada um dos que com ela viveram e privaram deixou memórias de tranquilidade, de alegria, de sorriso, de vida. Em cada um de nós vivem as sombras da sua presença, porque nenhum de nós conseguiu ficar indiferente ao seu desaparecimento. Uns em sofrimento profundo e exterior, outros sofrendo apenas lá dentro do seu íntimo até hoje, não conseguindo resolver um luto que já conta com 19 anos de existência.
Há pessoas assim.
Cujas sombras viverão para sempre nas vidas daqueles que as amaram muito e por quem foram amadas.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

O caderno chegou ao fim...

Tenho andado a pensar em fechar as portas ao Vekiki e abrir um novo espaço. Com características diferentes em que as palavras serão sempre as minhas, mas vestidas de um modo menos facilmente detectável do meu Eu.

No fundo, o que sinto é que o Vekiki é um caderno cujas páginas terminaram. Um caderno daqueles que vamos guardar para toda a vida e reler sempre que a saudade apertar, mas um caderno que terminou. Quero pôr-lhe um ponto final que lhe confira a dignidade com que os escrevi muito assiduamente até Novembro de 2010 e espaçadamente a partir dessa data. Quero que este ponto final seja a face de um espaço onde passaram muitas pessoas (cheguei a ter 200 visitas diárias) durante muitos dias e através do qual conheci pessoas muito interessantes. Virtualmente muitas, pessoalmente muito poucas.
Gostava que o post final do Vekiki recolhesse frases de todos os que por aqui andaram comigo. Não preciso de elogios nem de pedidos para que fique. Preciso apenas que todos os que tiverem vontade deixem qualquer coisa na caixa de comentários. Com tudo o que lá fôr deixado construirei o último post, escreverei a última página, na última folha deste caderno.
Para onde me mudarei, sob que nome, a partir de que ponto ou letra ou palavra, ainda não o defini na minha cabeça, mas sei que me mudarei para qualquer lado. Escrever faz parte de mim, está dentro de mim. As palavras fazem-me falta. As palavras escritas. O pensar faz-me falta. Que importa se pensar custa, se pensar me pode deprimir um pouco, eu gosto de pensar. Sobre mim, sobre os outros, sobre o que existe em meu redor. Vou continuar a fazê-lo e a pô-lo em palavras.
Agora vou à procura do próximo caderno.
Vou escolher a capa, vou decidir se será pautado, quadriculado ou em branco.
Vou optar entre a côr da tinta com que vou escrever ou o meu queridíssimo lápis de carvão. [Gosto da rotina de afiar o bico do lápis e escrever as primeiras palavras com o traço fininho!].
Aceito sugestões de cada um dos que me visitou/visita e espero que me ajudem a preencher com sucesso esse novo caderno que hei-de abrir.
Até já
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