Grafia
terça-feira, 29 de julho de 2008
Sobrinha Nova
Leituras de Férias
128 páginas
898 páginas
A contar os dias...
Estou preparada para umas belas férias alentejanas...tenho que levar a balança para não me perder...
segunda-feira, 28 de julho de 2008
Teatro
Quando a sala se esvazia e fico sentado nas tábuas do palco. Sozinho com o meu medo da solidão.
Coisa mais parva esta, mas tão verdadeira. Escondo-me por trás da fantasia efémera de cada espectáculo, deixo que cada um dos personagens tome conta de mim e me leve para um mundo onde eu realmente não pertenço mas onde me sinto seguro. Lá ninguém precisa de ser verdadeiro, apenas vestir uma pele e com ela conviver com outros. Nesta segurança irreal despeço-me de todos os medos e de tudo o que atormenta o espírito enquanto pessoa real.
Quando a sala se esvazia e me sento nas tábuas do palco. Respiro fundo. Gosto de sentir o cheiro daquele chão, daqueles tecidos pesados, de uma sala onde muitas pessoas estiveram durante duas horas envoltas num mundo de ilusão. As tábuas do palco já foram pisadas por centenas, milhares de pés, antes do meus. Que histórias de inseguranças e medos poderão elas contar-me?
Tenho medo da solidão, mas ao mesmo tempo preciso dela. Tenho medo de não ter ninguém à minha espera, alguém que me abrace e me faça sentir querido. Ao mesmo tempo, tenho uma necessidade imensa de silêncio, vazio, companhia de mim próprio. Será de mim ou comum a todos os que se catalogam de criativos?
Quando a sala se esvazia e me sento nas tábuas do palco. Penso. Em todos os que ali vivemos, todos os dias, todas as horas. O que conhecemos de cada um dos outros? O que deixamos que cada um dos outros conheça de nós?
As minhas contradições deixam-me ansioso. Não consigo entender-me a mim próprio. Não consigo entregar-me completamente…a ninguém…anseio por algo que não consigo definir…vivo, ou sobrevivo?
Quando a sala se esvazia e me deito nas tábuas do palco. Olhos fixos nos projectores apagados, no sistema complicado de suporte de luzes. Procuro nas luzes apagadas um sinal que me indique o caminho a seguir, a opção a tomar, o Eu real despido da fantasia.
Deito-me no chão, nas tábuas do palco. Saio de mim e observo-me de cima. Gosto de me ver assim. Diferente da imagem que o espelho do camarim me devolve quando me observo nele. Quem aparece no espelho é quem todos vêem, quem todos pensam saber quem é. Daqui, de onde me observo a mim próprio, sei quem vejo e quem quero ver. Vejo-me como devia ter a coragem de ser. Livre. Capaz de sair do seguro e lançar-me no desafio do desconhecido, do novo, do desejado.
Quando a sala se esvazia há uma parte de mim que desaparece para sempre. Até ao dia seguinte. Talvez seja aquela a parte mais verdadeira de mim. A parte que necessita da pele de outro para existir, embora numa existência fantástica. A parte que pode ser duas sem ter que revelar a sua única existência. A parte que tem por companhia aqueles que não exigem nada, apenas assistem e garantem que a solidão continua individual, privada.
Palco quente, sensual e desejado.
Vida só, sensual, privada, eternamente imaginada…
Do lado de lá
Pé ante Pé
domingo, 27 de julho de 2008
sábado, 26 de julho de 2008
Yurt
Que me desculpem os que já a conhecem há muito tempo...sou um bocadinho loira!
Mergulhei no Google e desatei à procura.
Encontrei a história deste tipo de habitação e fotografias.
Decidi que se realmente existir uma hipótese de voltar a viver, neste Planeta, quero viver num Yurt. Um que tenha este aspecto:
sexta-feira, 25 de julho de 2008
Eu e ...a Indolência, os Livros e o Cinema
Maravilhosamente indolente
O prazer de estar em casa sem me atribular
Sem me sobrecarregar de tarefas que nunca são urgentes até eu as fazer como tal
Sem me culpar por as abandonar à sua categoria de tarefas e me deixar levar por o que me dá realmente prazer
Deixei-me abraçar pelos braços de um sofá enquanto lia páginas d' O Leitor.
Enrosquei-me ainda mais.
Filme aconselhado. Eu e a C., sentadas, bocadinhos de caramelo feito num tacho, para ir chupando ao longo do filme. Minutos ao telefone. Olhos postos no filme. Perturbador, denso e maravilhosamente belo.
A C. não gostou. Talvez tenha que o ver mais uma vez, mais tarde, para perceber o quão profundo ele toca. Para perceber que as vidas humanas são tão frágeis, que o sofrimento é quase sempre a forma de aproximação, por vezes demasiado tardia, de pessoas que vivem proximamente afastadas umas das outras.
Talvez seja esta uma das razões que me leva sempre à aproximação de quem quero ter por perto. Não me quero limitar à aproximação vinda do sofrimento.
quinta-feira, 24 de julho de 2008
Silly Test
O resultado foi este.
quarta-feira, 23 de julho de 2008
Alma, II
elas às vezes escrevem sozinhas
sem mim
cada uma delas tem uma alma
Eu, os meus Filhos, o Futuro
Não gostava de conhecer o futuro mas gostava de ter a certeza que os meus Filhos vão ser Adultos unidos e com vontade de estarem uns com os outros. Também gostava de ter a certeza que vão recordar com alegria cada dia da vida deles enquanto crianças e adolescentes. Eu faço por isso.
Ontem, uma Amiga, disse-me que eu tenho sorte por eles ainda gostarem de andar todos comigo. Não considero isso uma Sorte, considero uma atitude natural de Quatro Filhos/Irmãos que gostam de estar por perto da Mãe e uns dos outros apesar das picardias constantes.
Não sei muito bem descortinar a razão mas com os meus Irmãos não tenho os sentimento que gostava de ter e que quero que os meus Filhos construam entre eles - cumplicidade, intimidade, confiança, amizade.
Quero que quando eu já cá não estiver para os juntar, eles consigam manter essa união. Por vontade própria, por sentirem que fazem parte de um todo que não faz sentido se se desfizer em quatro partes.
Eu sei que eles vão conseguir e quase consigo antever as conversas que irão ter quando relembrarem os tempos que agora estão a viver.
Eu e a minha Escrita
terça-feira, 22 de julho de 2008
Pool Day
E por aqui fomos ficando, toda a tarde na moleza, na conversa e na risota.
Obrigada! Adorámos :-)
As Crónicas de Nárnia, Príncipe Caspian
segunda-feira, 21 de julho de 2008
Aveiro
Casas lindas às risquinhas.
Coloridas, a fazer lembrar os toldos de praia de antigamente,
de quando nós sabíamos montar os nossos toldos
e fazíamo-lo!
Barco,
Moliceiro, de seu nome.
Azulejos e Varandinhas
Azulejos e Janelinhas
domingo, 20 de julho de 2008
Mais uma característica de Mim
You Are a Citizen of the World |
Whenever possible, you try to pay attention to what's going on in the world. You are truly interested in all people and countries, no matter how far away from you they are. You try to learn, travel, and understand. Being a part of the whole world is important to you, and you're always working to be more internationally focused. |
sábado, 19 de julho de 2008
Silêncio, II
Ando por aqui
Calada, em Silêncio
Não quero ser intempestiva
Não quero invadir espaços que não são meus
Vidas que não são minhas
O Silêncio não é natural em mim
é um esforço,
Tal como o afastamento
Eu sou proximidade e contacto
A distância não me agrada
Nos meus sonhos acontece o normal em mim
Agradeço ao meus sonhos por me trazerem os Momentos
Que a vida corta
sexta-feira, 18 de julho de 2008
Com prazer e um niquinho de culpa...Dissertação
Desde que o recebi que ando às voltas com a minha cabeça para tentar encontrar 10 coisas que realmente me deixem de consciência pesada...
Tenho inquirido Amigos e Familiares (sim, é um bocadinho de batota!) na esperança de que de cabeças diferentes saia qualquer "pecado" que eu partilhe...
Também não me parece muito bem andar a marinar este pensamento durante muito tempo. A graça destes Desafios é que sejam respondidos rapidamente para que o nosso cérebro não filtre muito do que realmente sentimos, tipo "lápis azul", portanto, sem qualquer ordem de importância, passo a enumerar os 10 pecados que elegi.
Pecados da Gula (Dois, 2)
1. Cerveja, muita e bem gelada; Amendoins, de descascar - combinação perfeita. Gosto de me sentar a uma mesa, de preferência ao Sol, de preferência com boa companhia, e ir deitando abaixo copos de imperial enquanto vou tirando a roupa às alcagoitas. Claro que esta combinação perfeita é um peso brutal na consciência de quem passa a vida em cima da balança a controlar o peso...mas sabe tão bem e eu aguento TANTA cerveja!
2. Grandes almoçaradas/jantaradas - é bom reunir Amigos em torno de uma mesa e organizar petiscadas, mas fico sempre com um pensamento estranho a bailar dentro de mim "tanto dinheiro que gastámos, tanta comida que aqui temos, tanta gente sem ter dinheiro para o básico do dia-a-dia"...não consigo deixar de gostar de organizar estas reuniões!
Pecados do Consumismo Puro e Duro (Dois, 2)
1. Relógios - tenho muitos, são mesmo daquelas coisas que não dispenso como acessório, que não passo um dia sem usar, que uso para condizer com as roupitas...mas sempre que os outdoors da Swatch invadem a Praça Pública dou comigo a desejar que alguém me faça uma surpresa e a propósito de nada me ofereça um novo, ou dois, ou três...atendendo a que estamos em crise e o tempo não é de supérfluos, mas de essenciais, este meu prazer deixa-me sempre um peso na consciência...
2. Livros - tenho muitos, muitos lidos e muitos por ler! De cada vez que entro numa livraria encontro sempre mais alguns que gostava mesmo de ter, tipo os miúdos "Oh Mãe, vá lá!". Quando o meu cartão multibanco não representa mesmo um conjunto vazio (que é raro nos dias que correm!) o diabinho consegue sobrepor-se ao Grilo Falante e saio sempre com mais dois ou três debaixo do braço. Feliz. Felicíssima. ...mas com o Grilo a lembrar-me que cada Livro meu representa uns quantos litros de leite, uns quantos iogurtes...enfim, aquelas coisas que o nosso frigorífico precisa para não se deprimir!
Pecados que fazem mal à Saúde (Dois, 2)
1. Fumar - prazer que já tinha abandonado há muito. Há tempo demais para cair no erro de voltar a ele. No entanto, a conversa que faço aos meus Filhos, que há que ter atenção às companhias, acabou por recair sobre a Mãe. A Mãe devia ser forte e não cair em tentação, mas o cigarrinho sabe tão bem! Faz tão mal! Faz-nos parecer mais velhos, estraga a pele, dá cabo dos pulmões, da boca, de tudo, mas sabe tão bem! Não, não voltei a fumar o que fumava...muito. Mas voltei ao prazer de de vez em quando tirar um. Não sofro da ansiedade de não poder fumar ou de ter que sair do sítio onde estou para fumar, mas sabe-me bem! E depois, eu sempre gostei de ser do contra, de contestar, por isso, agora que é proibido fumar em todo o lado (concordo, acho bem) apetece-me mesmo fumar! Mas fica sempre o peso...do preço e do custo a longo prazo na minha saúde!
2. Hora de Chegada à Praia - desde pequena que não me lembro de chegar à praia nas horas que fazem bem. Quando eu era pequena não se falava dos perigos do Sol como agora se fala, a consciência era diferente e apesar de os meus Pais serem Profissionais de Saúde, a nossa vida de praia nunca foi regida por horas boas, descanso e horas boas. A praia é um culto de Família, um prazer inacabado. Por mais horas que lá passemos nunca nos fartamos e queremos sempre mais. Agora, que sou Mãe de tanta criança e que carrego sempre tantas outras comigo, devia ser mais consciente e fazer um esforço de mudança desta mentalidade dos anos 70/80...não consigo! Primeiro que todos estejam acordados, de pequeno almoço tomado, arranjados, sanduíches feitas, cenouras descascadas, fruta arranjada, toalhas arrumadas no cesto...nunca chegamos à praia antes "daquela" hora mesmo má! A hora em que os Pais conscientes vão para casa com os seus Filhos e nos deixam imenso espaço para nós, os inconscientes! Sabe bem, mas pelos meus Filhos...fica um Grilo a bichanar cá dentro...
Pecados Privados (Quatro, 4)
1. Conversas de Escárnio e Maldizer - é um traço do meu carácter. Gostar de observar as pessoas. O pior é que esta minha característica aguça outra...a má língua, o gozo. Não, não é bonito, mas diverte-me imenso! Ainda pior é já ter passado este pecado gostoso aos meus Filhos...ainda mais divertido...Clã unido em torno de uma boa conversa de "corte e costura". Não, não é bonito...é feio gozar com os outros...é feio dizer mal!
2. Passar muito tempo sentada nesta cadeira, a olhar para este écran, a gastar estas teclas - por um acaso da vida, ao deixar a Faculdade pela primeira vez, fiz um Curso Profissional de Informática. Para arranjar emprego e não viver à conta. Só que a Informática passou a fazer parte das minhas preferências. A Internet aguçou ainda mais esse gosto e este blog tem-se revelado um prazer que não quero abandonar nem desleixar! Quando me sento aqui perco a noção do tempo o que não é muito OK para uma Dona de Casa que tem a seu cargo toda a gestão de um casarão e de uma Família Numerosa...Ups...prazer imenso, peso IMENSO!
3. Escapulir-me de casa, sózinha, nas manhãs de fim de semana - é um prazer enorme que tenho e que não tenho conseguido cumprir. Deixar tudo a dormir, pegar no carro, ir até ao Mar e ficar por lá, a caminhar, até serem horas de voltar para pequeno-almoçar com a Família! Sabe-me e faz-me tão bem! Há tanto tempo que não o faço...
4. Tourada - deixei esta para o fim, de propósito! Porque actualmente não é muito OK assumir-se o gosto por Tourada. Acontece que a minha Família tem raízes ribatejanas, das terras onde a Tourada é espectáculo-rei. Acontece que passei a minha infância a assistir às touradas na televisão, (nunca fui a uma Arena), e continuo a gostar! Não critico quem não gosta de tourada e até quem a critica e luta pelo seu fim como espectáculo. Apenas sinto que, provavelmente, este não é um espectáculo muito leal visto pelo lado do animal e daí um pesozito na consciência por gostar de assistir a touradas.
Bem, Patti, espero que este longo post te agrade e te dê a conhecer um pouco mais de mim.
Quanto aos meus outros convidados aqui do Vekiki, aguardo os vossos comentários!
A quem vou desafiar? A ninguém em particular e a todos no geral! Divirtam-se!
A Diferença e o Racismo, continuação
Digo, com conhecimento de causa, que negros e ciganos não morrem de amores uns pelos outros. Quando foi feito o último realojamento dos habitantes do Bairro do Fim do Mundo no recém criado Bairro da Adroana era frequente ouvir-se no Gabinete de Realojamento pessoas de raça negra pedirem para não ficarem vizinhos de ciganos.
Infelizmente, por razões que desconheço e que também não quero esmiuçar neste espaço, os realojamentos são feitos assim. Da forma que, provavelmente, é a possível. Os resultados nem sempre são pacíficos como se viu neste caso.
Hoje, as nove famílias ciganas que ficaram sem casa souberam que a solução que para elas foi encontrada foi o realojamento temporário em tendas do exército. Concentraram-se em frente à Câmara Municipal de Loures e por lá vão passar esta noite, adultos e crianças, como forma de protesto.
Eu, só pergunto:
Porquê realojamento em tendas do exército? A Segurança Social não pode assegurar a estadia destas nove famílias em casas, com chão, tecto, cozinha e WC?
Ou porque se trata de ciganos, a tenda não lhes parecerá estranha?
Hum...não percebi...talvez seja melhor não querer perceber!
quinta-feira, 17 de julho de 2008
Com prazer e um niquinho de culpa...Introdução
Desde que Ela me disse que me ia desafiar fiquei em pulgas!
Não é que eu seja uma curiosa incontrolável...não, adoro surpresas e quando sei que alguém as magica para mim faço o possível por não as descobrir! É raro prepararem-me surpresas, por isso não estrago o prazer de as receber, mas esta era especial.
O Ares da Minha Graça faz parte do meu top five da blogomania, portanto receber um desafio vindo daqui foi um presente daqueles com "big" laçarote vermelho no cimo da caixa!
Hoje, assim que me levantei, vim directa para as teclas. Sem GPS, porque o meu sentido de orientação é mesmo muito bom, fui directa ao destino.
Reza assim o desafio [..."que eu tinha de nomear 10 coisas que me dêem prazer, mas que ao mesmo tempo provoquem em mim um sentimento de culpa."]
Vou ficar a pensar nisto. Pôr o meu moleskine na mala, levá-lo para a praia, ir anotando o que me fôr passando pela cabeça! Ao fim do dia trarei para aqui o resultado, seja ele qual fôr!
Vão-se rindo enquanto pensam no que irá aparecer! :-) ;-)
quarta-feira, 16 de julho de 2008
Desafios
Está algures no sul de Portugal, em Lagos, perto do oceano e longe da confusão do sul do jet-set! Faz ela bem.
Antes de se ir embora deixou um comentário por estas bandas dizendo que deixava os posts agendados e que me preparasse porque o de dia 17 chegaria com o meu nome e um desafio.
Confesso que estou com algum medo...receio de não conseguir corresponder às expectativas dela em relação a mim...que parvoíce! Não a conheço, sequer! "Que mania que tu tens de que o que fazes é sempre pior do que o que os outros fazem", estará a pensar a Catwoman, cheia de vontade de me estrangular...
Vou tentar aguentar-me desperta até às 0:00 para ir ler ao primeiro minuto do dia 17 o desafio que a minha Amiga Blogger preparou para mim... ;)
A Diferença e o Racismo
São Meninos/as que, na maior parte das vezes, vivem em condições difíceis, em Famílias destruturadas (no caso dos negros é mais comum), não sendo por isso de estranhar que os resultados escolares não sejam sempre os melhores.
Os Meninos/as ciganos são Meninos/as que vivem inseridos numa Cultura e modo de vida que pouco ou nada têm a ver com o nosso. As regras são mais difíceis de interiorizar porque não são as regras que eles têm em casa. O que lhes interessa a eles saber História, Português ou Ciências da Natureza se são assuntos de que normalmente não ouvem falar? Porque hão-de estar sentados sossegados numa sala de aula, se em casa, nos prédios, as portas estão sempre abertas e muitas vezes a sala é a rua à entrada do prédio?
Quanto ao convívio com os outros, qualquer Menino Cigano sabe do peso que tem para "os brancos" a palavra que denomina a sua raça. Só a palavra lhes mete medo e, por isso, é comum experimentarem até que ponto ela lhes poderá trazer benefícios.
Mas não é assim também entre Meninos/as "brancos"? Não há sempre os que são "mais fortes" e gostam de mostrar essa "qualidade" aos "mais fracos"?
Sempre foi assim. Não é de agora.
Enquanto tivermos esta atitude de desconfiança e medo perante a diferença, seremos os promotores da desconfiança e medo na cabeça dos nossos Filhos e eles serão os futuros Adultos.
terça-feira, 15 de julho de 2008
Rain Man - Filmes que não esqueço
Fiquei a ver. Adoro o Dustin Hoffman, esta interpretação é brutal e o filme espectacular. Por tudo o que nos ensina, por nos pôr a pensar numa realidade desconhecida para muitos mas presente em muitas Famílias.
Vi este filme quando saíu e nunca mais o tinha voltado a ver. Quando o vi pela primeira vez nunca tinha contactado com pessoas com autismo. Agora, já posso perceber melhor.
No Jardim de Infância frequentado pelo M.M.3, durante três anos, houve sempre crianças autistas. Todas diferentes, mas todas autistas. Neste Jardim de Infância, contra o qual existem preconceitos graves pelo facto de servir uma população complicada, o pessoal que ali trabalha é cinco estrelas. Estes Meninos, diferentes dos outros e com comportamentos tão diferentes entre si, foram sempre cuidados, acarinhados e alvo de uma atenção muito especial por parte de todos os que lá trabalham e por parte da Educadora de Ensino Especial que lá esteve durante esses três anos.
Gostava que houvesse, no nosso País, mais apoios, mais informação. Os Pais/Mães destes Meninos sentem-se muito sozinhos, muito carentes de informação sobre a doença e como lidar com ela, principalmente quando existem, depois, mais Irmãos.
Gostava que pessoas como eu, Pais/Mães de meninos ditos normais, tivessem acesso a informação e pudessem ser úteis no acompanhamento destas Famílias, no apoio à integração nas Escolas frequentadas pelas crianças autistas.
Mais uma vez, gostava que fossemos cidadãos mais participativos. Mais voltados para o que nos rodeia e não apenas para o nosso mundinho pequenino.
Eu tento fazer a minha parte, mas infelizmente não é fácil juntar pessoas em torno de uma causa que não é a sua.
Talvez um dia!
segunda-feira, 14 de julho de 2008
Amizade e Culinária
Uma outra Amiga comum lembrou-se de organizar um jantar surpresa para a aniversariante. Tratou de tudo. Contactou os Amigos mais queridos e a cada um deles atribuíu a responsabilidade de uma iguaria para o jantar que se pretendia Mundial.
O primeiro local escolhido para esta Festa Surpresa foi a praia, mas atendendo às noites de ventania que nos têm acompanhado, optaram por ir servir o jantar a casa da própria Aniversariante. Tudo combinado com a Mãe que a uma determinada hora a faria sair de casa para fazer um recado qualquer.
A C. não sabia o que fazer...a Amiga organizadora propôs um caril. Muniu-se de todas as especiarias que tinha na despensa para este efeito e instalou-se na nossa cozinha. A C. estava um bocadito assustada, saberia a outra C. fazer o caril do princípio ao fim?, não será melhor dares uma mãozinha, Mãe?
Sondei a "cozinheira". Achei que ela sabia realmente do que estava a falar e ofereci-lhes a cozinha, os tachos, as colheres de pau (a ASAE não vem cá a casa habitualmente!) e a Bimby.
Passado um bocado, quando se entrava em casa já se sentia o cheiro a Índia no ar...e eu, que adoro caril. Não resisti e tive que ir para a cozinha! Não fui ajudar, fui só provar!
A minha costela africana deliciou-se com a prova e tive mesmo que arranjar um mini prato de arroz basmati com caril às seis da tarde.
Já saíram. Lindas. Bem vestidas, penteadas e pintadas. Carregadas de caixinhas cheias de petiscos feitos com a Amizade com que se deve cozinhar, pelo prazer de dar prazer a outros.
Férias Alentejanas
Este ano vamos fazer umas férias diferentes do habitual.
A nossa casinha do Algarve não nos vai ter por lá, vamos trocá-la pela outra, com rodas, que temos no Alentejo.
Decidi que não queria ter camas p'ra fazer, cozinha p'ra arrumar, casa de banho p'ra limpar! Como os nossos €s não nos permitem ter isto tudo usufruindo de hotel, a nossa casinha com rodas é a opção perfeita.
No campismo as férias sabem melhor. Acordamos cedinho, com os passarinhos a cantar. Compramos o bom do pãozinho alentejano e sentamo-nos à sombra dos pinheiros a tomar o pequeno almoço. Calmamente, ao ritmo do Alentejo.
Farnel preparado e rumamos à praia. Praias imensas, com espaço de sobra para tudo e todos. Podemos jogar raquetes, bolas, surfar ou apenas apanhar sol com roupa ou sem.
Eu sou fanática por praias alentejanas. O espaço e o mar, gelado, com ondas que não nos dão descanso.
Ao final do dia, no regresso ao Parque, os duches, a cervejinha gelada, o lume aceso para o jantar.
Quando finalmente adormecemos, o mar embala-nos o sono, batendo na praia, lá ao fundo do caminho!
Este ano vou mesmo ter FÉRIAS, ao ritmo alentejano.
domingo, 13 de julho de 2008
Caracóis, Sing Star e Risota toda a noite!
Sábado foi dia de caracolada. Nada de extraordinário visto que caracóis são petisco constante na nossa cozinha e mesa desde Abril até que deixem de existir na Praça da P.
O interessante desta caracolada tem a ver com o facto de sermos dois Casais e oito Filhos entre os 17 e os 4 anos de idade.
Mudámo-nos p'ra dentro e dedicámo-nos ao Sing Star. Os nossos dotes de cantores fizeram com que a noite fosse uma risota pegada! Muito divertido...só dois pequenos adormeceram!
Se o correio não começa a chegar-me a tempo e horas nunca se sabe quando está lá um destes à sua espera...
Os acidentes acontecem....
Bom dia e muito obrigado!"
Mais uma coisa! Os CTT têm seguro de acidentes?
sábado, 12 de julho de 2008
O Carteiro da minha Rua e o Tapete de Rato novo...
É verdade que esta minha Rua tem mais do que uma casa em que o número é igual, mas já não me parece muito OK estas trocas constantes de envelopes...
Obrigada Primo João :-)
Aniversários, II
Talvez o Cosmos faça de propósito. Para ter a certeza de que não me vou esquecer nunca...
Hoje passa um mês do dia em que o meu Tio se mudou para outra dimensão.
Se fosse viva, a minha Avó Materna faria hoje anos.
Os dois são parte importante das minhas memórias de Infância. Hoje só posso falar com eles "via Cosmos". Acredito que me ouvem e que me veêm e que sabem como continuo com eles.
Teste - Que tipo de Leitor/a és?
sexta-feira, 11 de julho de 2008
Amor no Singular...ou no Plural...
É tão difícil definir o que é isso de Amar e se podemos ou não Amar mais do que uma pessoa ao mesmo tempo.
Não podemos porque o Certo é que amemos um, um só de cada vez.
Mas podemos, porque o nosso coração não tem cérebro, nem neurónios, nem nada dessas coisas que fazem de nós um animal racional. O nosso coração mantém-nos vivos por bombar o nosso sangue e também por nos fazer respirar mais rápido quando a sensação de falta de ar se instala.
E quando ela se instala...como dizer ao coração que não podemos? Que de cada vez só podemos ter um alguém que nos faz respirar mais rápido?
É difícil falar de Amor!
É Hoje!!!!!
Chegámos ao zero. Algarismo redondinho e simpático que indica o vazio, que já não falta nada para chegar, que não existe nada.
Hoje, os Amigos que se juntaram nesta Aventura comemoram o 1º aniversário da sua existência na blogosfera!
Agora, que os conheço a todos - Beep-Beep Elektra Kat Magali Peninha - envio-lhes daqui muitos abracinhos apertados e desejos de que este 1º ano de convivência na escrita pública se transforme em muitas Aventuras que possamos partilhar!
Parabéns Meninos!!!!!
Veraneantes, O Regresso, II
Trazem histórias para contar. Momentos de muitas brincadeiras, amigos de outras partes do mundo com quem se entendiam numa linguagem própria de gente pequena, meio francês, meio inglês, meio gestual.
Ganham-nos na vantagem que têm em pertencer ao sec. XXI, em que existem computadores e uma rede que nos pemite falar com toda a gente em qualquer lado. Ganham-nos porque graças a esta rede poderão manter-se em contacto diário com estes novos Amigos e nunca perderem pelo caminho pessoas que num momento foram importantes para eles.
Trazem amores de Verão. Daqueles que fazem bem, que coleccionamos, guardamos na nossa memória e também daqueles que abanam o coração e fazem repensar no que se tem na Vida Real, a que voltaremos quando as Férias terminarem.
Vêm tão bonitos!
O Sol não perdoa!
- Não, desculpe, é muito caro...
- Vá lá, olhe que eu tenho 30 anos e dois Filhos p'ra criar!
- E eu? Tenho 42 e 4 Filhos p'ra criar!
Silêncio... Observação...Resposta...
- Você? 42?! Você tem p'raí uns 54 bem conservados...
A partir de agora vou sempre dizer que tenho 54.
Mais vale 54 bem conservados do que 42 estragados :-)
quinta-feira, 10 de julho de 2008
Ginginha
Do lado direito da Feira, mesmo lá em cima. Um stand que serve esta bela bebida numas chaveninhas de chocolate que se comem quando termina o líquido que albergaram.
Não sei se vos diga...é TÃO bom ;-).
Noites de Verão
O algodão doce, os nougats e as T-Shirts que se mandavam estampar na altura com marcas de tabaco ou dizeres engraçados eram as nossas paragens preferidas.
Quase todas as noites havia Ranchos Folclóricos a tocar e a dançar e nós curtíamos que nem uns malucos.
Resta dizer que o percurso casa-Feira-casa era sempre feito a pé pelo Paredão num grupo que incluía Pais, Filhos e Amigos e só isso já era uma Festa.
Há coisas que faço questão que os meus Filhos tenham também no imaginário deles. Para mim, tê-los a crescer na terra onde eu passava Férias e que eu adoro, é a maior felicidade. Gosto de saber que quando forem adultos vão ter memórias de sítios que me enchem de alegria as minhas memórias de criança e adolescente, porque foi por aqui que eu passei os melhores dias da minha vida.
Ontem fomos à Feira do Artesanato, à noite, com o M.M.3 e com uns Amigos do tempo das memórias da minha infância. Já não é a mesma coisa, mas continua a ser um passeio muito divertido e muito agradável se se tiver a sorte de não estar uma noite de vento (ontem estava uma noite deliciosa).
É bom parar nos stands, admirar o trabalho de quem faz tudo manualmente, dar dois dedos de conversa e aprender coisas novas sobre artes que existem há mais anos do que nós.
É bom voltar a comer algodão doce, ficar com os dedos todos lambuçados e chegar ao fim e ver que aquele pauzinho ainda é rectangular como o que vivia cá dentro do filme da memória.
Prometemo-nos que amanhã voltaremos com o rancho de Filhos completo!
Veraneantes, O Regresso
Os meus 3 Meninos vão voltar!
Há muito tempo que não tinha uns dias assim, tão calmos, tão sem correrias de um lado para o outro, sem brigas para moderar, sem ter que ralhar! Até o M.M.3 começava a apreciar a vidinha sossegada depois de ter sofrido um bom bocado nos primeiros dias.
Vão voltar hoje!
Bronzeados e cheios de histórias para contar!
Meus "Ricos Filhos"...
quarta-feira, 9 de julho de 2008
Eu e os Livros
Lamechice...
Gostei de ouvir isto, gostei mesmo muito, porque sou mesmo assim. Já aqui disse.
Gosto de Pessoas.
Sim, porque nem todos os que comigo se cruzam entram no meu coração, mas os que entram entram para sempre!
No caso destes que ficam cá por dentro nas minhas memórias do dia a dia e nas minhas saudades, é muito bom quando sinto que também eu estou num lugar especial na vida deles.
Nem sempre me é, depois, fácil gerir solicitações, vontades de encontros e passeios porque a minha profissão de Gerente Familiar me ocupa a 200% qualquer dia da semana/fim-de-semana.
Às vezes, tenho que me obrigar a desligar o botão e a pensar que não há nada para fazer a não ser curtir.
A noite de ontem serviu-me para carregar as minhas baterias de Mimo-Amizade.
Um jantar de Amigos que se fizeram em Verões partilhados.
Este post é para lhes agradecer publicamente um jantar Fan-tás-ti-co e um serão passado, à janela, com muita conversa, sem ser de chacha!
Obrigada :-)
terça-feira, 8 de julho de 2008
Na Pele
ao longo das falésias, o que sempre
me traz a exaltação desses rapazes que circulam
por Lisboa no Verão.
O mar está-lhes na pele. Partilho
com eles os quartos das pensões, sentindo as ondas
a avançar entre os lençóis. Perco-me à vista
da pedra onde o mar vem largar a pele.
Luís Miguel Nava