Só para Mim...

...alguém fotografou esta flor.

Sozinha no meio do verde, a marcar a diferença. Sozinha entre todos os outros pés que estão em volta dela. Uma solidão acompanhada.

...foi bom recebê-la hoje

...mas porque é que esta flor sozinha fez esse alguém lembrar-se de mim?

Arrumações

Esta veio daqui

Abro e fecho portas.

Abro as que criam espaços para novas pessoas, novas relações, amizades, abraços.

Abro as que protegem tudo e todos os que são indispensáveis na minha vida e sem os quais não saberia viver.

Fecho as que encarceram o que ficou para trás, que se foi perdendo porque não havia força suficiente para manter.

E respiro fundo.

Abro e fecho portas na minha cabeça. E no meu coração.

Confesso # [2]

Intensa. Assim me descreveram há uns meses. Adorei a palavra e o facto de me ser característica porque me sinto intensa. Em tudo. O que devo e o que não devo. O que faço e o que não faço. O que sinto, sempre. Não sou pessoa de meios termos e isso não é bom.

Hoje estou ao contrário de mim. O meu Eu interior está fraco. Pede atenção, conversa, colo e carícias. O meu Eu exterior faz o seu melhor para se manter intenso.

Mas o meu melhor, hoje, não é suficiente.

Hoje estou

C A R E N T E .

Narcisismo...porque sim

Vera

Geralmente, são pessoas que têm uma noção clara dos problemas da vida. Além do mais, têm bom senso e são cuidadosas na forma de lidar com as pessoas de quem gostam.

Vera é um nome latino que significa “verdadeira”.

Trabalhadora, consegue-se sobrepujar diante das maiores dificuldades.

Conservadora, a ideia da família é fundamental para ela. A dignidade está acima de todas as coisas.

Sei que estou a fazer bem o meu trabalho quando...# [2]

10:00. Sala de espera da consulta de oftalmologia no Hospital da Ordem Terceira, em Lisboa.

Sentados à nossa frente, um casal na casa dos 30. Duas crianças. Uma com uns 5 anos. Outra com uns 2 anos. O de 5 come batatas fritas de pacote. A de 2 também quer. Choraminga. A Mãe pega-lhe, chama o elevador, "a Mãe vai comprar umas para ti...".

O M.M.3 olha para eles e olha para mim...não comentámos. Alguns olhares valem mais que mil palavras.

PS - Este post não é só uma forma de indignação quanto à cedência...é também uma forma de indignação quanto ao que se dá a comer às crianças!

Às páginas tantas, eu sou assim!

Estou a preparar-me para desligar o computador e para me desligar do mundo virtual. Faço o mesmo todas as noites. Dou uma voltinha pela casa de todos os meus vizinhos para desejar uma boa noite de sono e deixar umas palavrinhas simpáticas no que eles por lá tiverem publicado.

No blog do Pedro Ribeiro dou de caras com este teste ao qual não consegui resistir, uma vez que fala da única coisa que me faz perder a cabeça e a noção do valor do € - os l i v r o s. (ainda hoje comprei dois numa espécie de mini Feira do Livro ali para os lados da Rua do Alecrim...€5 cada um...).

E o resultado é o que veêm!!!! Quem me conhece que me compre.

Há dias assim # [1]

Em que chego ao final do dia tão cansada que só me apetece fazer aquelas conversas que oiço todos os dias às minhas "colegas Mães" trabalhadoras fora de casa...

"Ai sabes lá como é que eu ando...tão cansada...tenho tido imenso trabalho...o meu chefe é um chato...a minha Escola anda um caos, os miúdos, os professores, um ambiente horrível...depois chegar a casa, tratar dos miúdos...que horror...vou aproveitar e deixá-los nos Avós no fim de semana para poder dormir até tarde..."

Mas depois lembro-me que eu sou a sortuda que não trabalho fora de casa e portanto ninguém me levará a sério se eu tiver um discurso deste tipo. Eu nem sequer tenho chefe! Nem horas! Só faço o que me der na gana! Quem é que tem a culpa que eu seja maluquinha da cabeça e ache que tenho de ser a Mrs. Perfect? Aí, engulo tudo o que me está a apetecer dizer e compreendo o cansaço delas, a vida atribulada, a necessidade de dormir mais ao fim de semana.

O que é que adianta dizer-lhes tudo o que já fiz desde que me levantei hoje?

[Post que não deve ser lido por aqueles que não gostam de baby-blogs!]

Andamos em contagem decrescente. Andamos, é como quem diz, anda o M.M.3...

Temos que voltar a Lisboa, fazer novamente um exame aos olhos para avaliar os progressos feitos desde Julho e decidir o que fazer de seguida. Ele está numa excitação que não se aguenta, mas já me avisou que quando regressarmos não quer ficar em casa. Quer ir para a Escola!

É demais este "caganito" ...

Daqui te Vejo

Quando tirei estas fotografias decidi logo que as iria oferecer a uma pessoa especial. Daqui te Vejo, é o nome que escolheu para assinar os comentários que por aqui e ali vai deixando, sempre muito inspirados!

Poderia revelar aqui a identidade deste nosso comentador, mas porque nestas coisas da blogosfera é sempre mais interessante existir algum mistério a envolvê-las, vou só dizer que se trata de alguém para quem os toiros não constituem mistério de espécie alguma.

Ontem, vinda das planícies alentejanas, chegou-me às mãos uma caixa via CTT Expresso. [não me chegou às mãos como era suposto ter acontecido, obrigou-me a ir à estação dos correios e a apanhar uma grande seca, mas isso daria outro post...]

Eu estava mesmo "em pulgas" para saber o que é que este querido me teria enviado...

Chegada a casa, caixa em cima do balcão da cozinha, tesoura a cortar o cartão e ... tcharan ...

Dois belos panitos alentejanos acompanhados de saco com a também bela chouriça!!!

Meus queridos Amigos e vizinhos, é como vos digo, se o tempo não começa a arrebitar e se continuamos assim trancados em casa...ai a linha!!!!

PS - A fotografia foi tirada na FILArte Lisboa, em Novembro de 2008, e é um fato de toureio que faz pandan com um quadro que também já foi publicado no Vekiki!!!

Prometo

não contribuir mais para a poluição do ar, deixando de andar de carro

não contribuir mais para a morte de animais, tornando-me vegetariana

não contribuir mais para o aquecimento global, deixando de utilizar energia eléctrica

não contribuir mais para o crescimento da mão de obra barata, passando a frequentar apenas as lojas de Comércio Justo

mas...

por favor...

podem arranjar maneira de o Sol voltar?

é que senão, eu vou engordar, engordar, engordar...

este mau tempo só me faz pensar em comida...má comida...

P L E A S E ? ? ?

Deambulações...em mais uma Manhã Cinzenta

Nasci numa sexta feira.

Não sei se estava calor ou frio. Sol ou chuva.
Não sei porque nunca perguntei e também nunca me ninguém me contou.

Sei que gosto de sextas feiras e percebo agora porquê.

Sei que sou de fabrico africano e por isso gosto do calor.

Sei que gosto de areia nos pés. No corpo.

O Sol teima em não aparecer. Não o posso culpar. Está de férias. Merece-as como todos nós. É Inverno e no Inverno é suposto ser o tempo de trabalho da chuva, do vento e do frio. Porque hei-de querer Sol? Mas eu preciso de respirar ar livre. Ar puro. Não me importo com o cinzento do céu.

Mãos no volante e pés nos pedais. Porque gosto de conduzir. Aprendi a gostar e sei que o faço bem. Sigo a linha do Mar. Primeiro sem um objectivo fixo. À medida que vou avançando vou percebendo para onde me vou levando, inconscientemente, atentamente.

O destino está à vista e aproveito-o. Caminho. Ar frio misturado com salpicos salgados batem-me no rosto. A areia, desassossegada pelo vento que não quer dormir mais, agita-se de um lado para o outro, pica na pele como se de pequenos alfinetes estivesse mascarada. Mas eu não tenho frio. Sinto-me aquecida pela beleza infinita do mar e do espaço a perder de vista. Areal despido de pessoas, povoado por gaivotas que procuram na terra a calma perdida da água.

E quando o passeio chega ao fim, levanto as pernas, uma a uma, apoiadas no companheiro de viagem, e sacudo a areia que fica presa à lona dos ténis, pedindo que a leve comigo...

Imagem digitalizada do livro "Com os olhos no mundo, A Mercedes-benz vista pela objectiva da Foto-Community flickr.com"

Apagão

Fraqueza de ideias. Palavras que não saem. Não há dúvida, eu funciono a energia solar e estou a sofrer de um apagão!

Confesso # [1]

que este fim-de-semana foi um bocadinho stressante. Havia alguma tensão no ar e falta de paciência de uns para outros. O tempo esteve uma neura (como todos os portugueses devem ter notado) e assim não há bom humor que resista. Ontem, quando acordei e olhei lá para fora, só vi um monte de lençóis espalhados pelo quintal, encharcados e sujos, um deles rasgado. Fiquei logo pior que estragada...

...Parece que hoje o S. Pedro me quer animar um bocadinho...está sol o que já é um bom princípio. Vesti "aquela" cor que adoro (verde-alface) para levantar o astral!!! ...

...E pronto. Segunda feira é o dia da arrumação pós fim de semana em que a casa fica como se uma bomba atómica por aqui tivesse explodido...

...Gostava de saber porque é que há fins-de-semana em que só me apetece fugir de casa...

Palavras

Com palavras sei dizer

o que nem palavras tem

com palavras digo Lua

digo leite e digo Mãe.

Com palavras digo mais

muito mais alto melhor

digo adeus a quem se vai

digo amor ao meu amor.

Com palavras ponho um nome

neste estranho gosto a mar

que já trago há tanto tempo

no meu peito a transbordar.

Com palavras sussurradas

ou pintadas num papel

faço festas acarinho

quem não tem pão nem mel.

Com palavras a galope

no rodar de uma canção

de repente sou cavalo

flor vemelha rio vulcão.

Com palavras tenho asas

que me levam a voar

com palavras vou tão longe

quanto o sonho me levar.

José Fanha escreveu este livro, João Fanha ilustrou-o. São quinze histórias. Umas em prosa, outras em verso. Todas a ler! E com esta sugestão de leitura infantil começo o mês de Fevereiro. Desejando-vos boas leituras, a crescidos e a pequenos.

O Solista # [1]

Conheci-o através deste blogue e por isso agradeço ao dono da casa que mo apresentou.

Um livro caracteristicamente escrito por um jornalista. No entanto, foi também esta característica que me agradou. A escrita jornalística é uma escrita despida de adjectivos, nua e crua. É uma escrita que se molda bem à realidade descrita.

A crueza e a nudez de viver na rua. A crueza do dia a dia. A nudez de afectos. Este livro chama-nos a atenção para como é fácil fazer algo por alguém. E como a preocupação de melhorar a vida de alguém nos pode dar felicidade. Dentro das nossas vidas ocupadas até ao mais ínfimo segundo, cronometradas e aceleradas, é tão fácil encaixarmos a vertente da solidariedade. E depois, é tão fácil mantê-la. Cola-se-nos à pele e incita-nos a mais e melhor. Nunca é fácil o trabalho social. Ou por ser demasiado duro e por as nossas emoções não conseguirem ficar fechadas atrás de uma porta, ou porque os obstáculos que encontramos quando queremos fazer bem são imensos, ou porque a(s) pessoa(s) que queremos ajudar não aceitam essa ajuda ou se tornam completamente dependentes dela.

O Solista tem ainda o peso de tocar um assunto extremamente complicado - o da saúde mental. Até que ponto estamos (sociedade e comunidade) preparados para lidar com a diferença que caracteriza os doentes mentais? Até que ponto saberemos lidar com o real e a fantasia que habitam nas cabeças destas pessoas?

São muitas questões num livro que, enganadoramente, até pode ser tomado como sendo de fácil leitura. Se o lermos sem pensarmos que tudo o que ali está descrito, é produto da observação da realidade e não apenas uma ficção criada por uma cabeça pensadora e umas mãos "iluminadas".

A ler. A pensar...e a agir para mudar!