Grafia

A Autora deste Blogue optou por manter na sua escrita a grafia anterior ao Novo Acordo Ortográfico.

terça-feira, 31 de março de 2009

Pensamento Estúpido # 10

Imagem retirada da Net

Perdoo à TVCabo todos os "breaks", todas as faltas de sinal, toda a lentidão da net. É que estar reduzida a quatro canais, mesmo que por curtos períodos de tempo durante o dia, é muito triste! Os programas da manhã são assustadores! As novelas invadem as noites! Ainda bem que trouxemos muitos DVD's!

O serão de ontem foi dedicado ao Rei Leão!

Crónicas de Albufeira # [1]

Eu e a minha Máquina, na varanda, Março 2009

Olá! Escrevo-vos directamente da minha varanda algarvia. Esta casa, a casa de férias de todos os ramos da Família, foi comprada pelo meu sogro há uns 12 anos. Os tempos de férias são divididos entre todos os irmãos e sobrinhos, bem como a manutenção e decoração. Aos poucos tem deixado de ser uma casa de férias onde só existe o essencial, para ir adquirindo pequenos sinais de que uma Família com várias Famílias dentro a habita, embora apenas em pequenos períodos de tempo. Todos adoramos esta casa!

O dia, hoje, está espectacular. Se é verdade que Lisboa tem uma luz própria, não é menos verdade que a luz com que o Algarve nos presenteia nestes dias de Sol é uma luz muito bela.

Já fizemos o café, pusemos a mesa do pequeno almoço e estamos à espera que o pão fique pronto. Apesar de estarmos a escassos minutos de Albufeira, a nossa casa é rodeada de campo e virada para o mar. Ouvem-se os galos a cantar, os pássaros a chilrear e sente-se o cheiro dos arbustos e das suas flores.

Quando começámos a utilizar esta casa, em férias, a vista limitava-se a verde e azul. Entretanto nasceu a Marina de Albufeira e o nosso horizonte deixou de ter aquele bocadinho de verde e azul e passou a ficar colorido com as casas da Marina. Ao pé de nós nasceu outro bloco de apartamentos e na maior extensão de verde que temos à frente, começam a nascer umas moradias. Nada nos consegue roubar a vista maravilhosa que temos!

O Mar está azul e plano, liga-se ao Céu na linha do horizonte como se fizesse parte dele. Nós, na nossa molenguice própria de quem está de férias e de quem não tem disciplina no horário de praia, aproveitamos estes momentos de paz, longe da rotina da nossa casa de todos os dias!

Até logo :)

domingo, 29 de março de 2009

All (menos um) no Algarve

Fotografia tirada por mim em Agosto 2007

Cá estamos nós! Com bagagem como se viessemos para um mês inteiro de férias (conseguimos não nos esquecer de muita coisa...). Uma óptima viagem, sempre a andar, e ao fim de duas horas e meia estavamos a meter a chave à porta. Foi bom rever a nossa casinha onde não vínhamos desde Agosto de 2007 e que está cheia de elementos decorativos e domésticos renovados. Agora só esperamos que o vento vá soprar para outras paragens e nos dê uma semana inteira de sol quentinho. Queremos ficar bem coradinhos!!!

Speakeasy, escolha certa para uma saída à Noite

Imagem retirada do site oficial
Quando eu era jovem gostava muito de sair à noite. As minhas saídas preferidas eram os bares de Lisboa com música ao vivo onde as noites eram sempre divertidas. Conversávamos, cantávamos e dançávamos. As discotecas não faziam o meu género...
Agora já não conheço nada da noite. As saídas não são o prato forte...mas de vez em quando acontece. Aconteceu hoje. Arrastada para uma saída cuja companhia até nem me era especialmente agradável, acabei por me render.
Fomos ao Speakeasy. O espaço é bonito, bem decorado, simpático. O dono da casa tem a postura de um verdadeiro anfitrião. Simpático e atento a todos os pormenores. A casa estava cheia. Nas mesas e no bar não havia espaços em branco. À meia noite chegaram os Chronicle News, teclas, baixo, bateria e voz. Boa onda, boa música.
A hora mudou, depressa ficou mais tarde. As crianças em casa, sozinhas...para trás deixámos a música,mas ficámos "gulosos" de voltar aquela sala de estar (onde não entra televisão!).

sábado, 28 de março de 2009

Ventos

Vento que voou da net

Alguém me quer explicar porque é que o vento decidiu instalar-se agora, aqui? Depois de quase duas semanas de sol resplandecente e temperaturas quentinhas e apetitosas para quem se pudesse estender ao sol, vem o vento armado em super-herói e decide tomar conta de tudo? Se acha que me intimida, engana-se. Estou a precisar de mudar de ares e vou mesmo mudar. Pouco me importa se chego lá e tenho que me manter na minha bela varanda virada para o imenso azul...desde que leve páginas em quantidade e a minha Internet para ir postando...'tá-se bem!

Não há vento que me demova deste arejamento que o meu ser pede ao meu outro ser!

sexta-feira, 27 de março de 2009

Parte II [O Poder da Camaradagem]

Último dia de aulas!!! Na Escola dos Ms mais velhos foi organizado um Peddy Paper pelo Gabinete de Educação Física. Grande animação. A Escola estava em polvorosa logo de manhã. A partida foi dada às 09:30 para a primeira equipa. Um percurso de 10 Km em que o tempo não contava e em que o importante era a capacidade de organização das equipas face aos desafios propostos. Aí fomos nós. Mochilas às costas, T-Shirts da Escola e coletes reflectores. Andámos pelo meio do campo, pelas ruas que alguns de nós conhecem bem e outro nem tanto, junto ao mar. Tivemos que saber identificar monumentos locais e saltar à corda. Aprendemos coisas novas sobre espécies marinhas próprias das praias nossas vizinhas. Conversámos, cantámos, divertimo-nos e caminhámos, caminhámos, caminhámos!

Foi um dia e tanto! Se amanhã nos vamos conseguir mexer...é uma incógnita ;)




Parte I [O Poder da Música]

Andre Rieu, Australia, Novembro 2008

Para ti Kat. Por ser uma das músicas da tua vida.

Esta semana tive que ir até à FNAC comprar um presente de aniversário.

Depois de me ter "perdido" durante duas horas na minha secção preferida - a dos livros - passei para o lado da música. Comecei a ouvir, em fundo, esta música ... que mexe comigo, e muito! Fico quase paralisada a ouvi-la e a vê-la tocar.

Saí do sítio onde estava e "plantei-me" em frente ao écran. Maravilhada. Com a execução. Com a emoção. As minhas pernas não conseguiam parar de se abanar ao ritmo e os meus olhos ameaçavam transformar-se em bicas de água. Tive que perguntar quem estava a tocar.

O DVD veio comigo para casa. São duas horas e nove minutos de um espectáculo maravilhoso de música clássica. Acabei agora de o ouvir, ver e chorar. Vale a pena!

O Post de hoje sai em duas partes!!!

quinta-feira, 26 de março de 2009

CTT (ou como se aproveita uma ideia parva)

Estou preocupada. Já abri hoje o Vekiki uma data de vezes e não há lá nada de novo. Estranho...será que alguém adoeceu? Nã...isto é mesmo estranho. Como é que ela conseguiu passar um dia inteiro sem postar uma única linha? O melhor mesmo é escrever-lhe um postal. Ela diz que gosta de escrever postais e de os enviar aos Amigos quando vai de férias ou quando chega o Natal. Será que alguém se lembra de lhe fazer isso a ela? Ah, parece que me lembro de ela me ter dito que tinha recebido um postal enviado do Alentejo por uma vizinha do virtual... bem, que se dane. Vou escrever-lhe!


Parede, 26 de Março de 2009

Querida Vekiki,
o teu silêncio de hoje preocupou-me. Sei que não gostas de agendar posts e se calhar o teu dia de hoje teve tanto movimento infantil/adolescente que nem tiveste tempo de te sentar em frente ao computador. Mas sabes? Nós, os teus vizinhos do Bairro Virtual, não estamos habituados a ver a tua janela fechada durante um dia inteiro. Não é por coscuvilhice, mas gostamos de saber que estás em casa, de janelas abertas para deixar entrar o sol, o vento, o canto dos pássaros, o cheiro das flores do teu jardim. Sentimo-nos mais acompanhados quando chegamos ao Vekiki e temos lá as tuas linhas de Mãe, de Filhos, de sentimentos, para nos dizerem que está tudo bem contigo! Faz o favor de agendar posts para os dias em que não podes assomar à tua janela virtual, OK? Bem, isto já está tudo encavalitado no espaço curto dos postais dos CTT (nem sabia que ainda existiam!)...
Deixa que te abrace da maneira que gostas, um abraço apertado!
Vera

quarta-feira, 25 de março de 2009

De quem é Lua...# [1]

Uma Lua algarvia, em Agosto de 2007

O Verão ainda vem longe. No final de um dia ensolarado e quente a noite foi chegando de mansinho, morna, envolvente, macia. Deixei-me envolver. Deixei-me levar. Sentada de frente para um espelho de água. Conversa amena, a condizer com a noite de Março que mais parece de Junho. Risos. Vontade de parar o relógio e ficar. Até acordar. Do sonho. Que é a felicidade dos momentos não planeados...


Almas Gémeas

Almas encontradas aqui


Há dias em que os pensamentos voam e o desejo mata

Nesses dias há almas gémeas que surgem nos pensamentos que voam

Essência de Mim

Eu e a minha Máquina,
Setembro 2008, Lagoa de Albufeira

Sinto-me transbordar

Penso que já não há espaço para absorver mais

Os meus olhos não conseguem descolar-se do azul

O meu peito parece rebentar

Respiro fundo

Encho-me do cheiro a maresia

E compreendo que sou feita de Mar

terça-feira, 24 de março de 2009

Planos a curto e médio prazo

Imagem encontrada na net

Estamos na recta final do 2º período. Os miúdos admiram-se e eu também. [A rapidez do tempo é algo inexplicável e, ao mesmo tempo, assustador. Não pela noção de que envelhecemos mais rápido (isso não me preocupa muito), mas pela noção de que cada momento é cada vez mais, efémero.] O que é certo é que as férias já aí estão a chegar e se o tempo se mantiver de sol, irão ser quinze dias bem passados.

Eu e a minha mania de planear e de inventariar...

carrinha carregada, Mãe e Filhos a caminho do Sul

regresso a casa para campeonato nos dias 4 e 5 de Abril

almoço, cá em casa, com os vizinhos do Blog dos Cinco

carrinha carregada, Família inteira a caminho de Estarreja

Para já: esquecer que o blogue existe e ir tratar da casa!!!

Mil Posts

1000 encontrado na net
mil ~ elemento de formação de palavras que exprime a ideia de grande número , muitos (Do lat. mille, "id.")

É este o post! O número 1000.
A milésima vez que clico na opção criar.
A milésima vez que me sento em frente ao écran e deixo os dedos irem sozinhos à procura das letras que precisam para escrever.
A milésima vez que esvazio o que na cabeça se acumula.

Muitos Mil caracteres
Muitas Mil palavras
Muitos Mil Títulos!

segunda-feira, 23 de março de 2009

Pensamento Estúpido # 9

Hoje já tive 64 visitas e nenhum comentário.
Se vêm cá e leêm, porque é que não comentam?
É como sentarem-se numa esplanada e não pedirem nada para beber!
Forretas!

O Rapaz do Pijama às Riscas

De Berlim a Acho-Vil. Uma viagem, a passagem de uma vida onde existiam amigos, ruas animadas, bancas de fruta, uma Avó a ensaiar peças de teatro, uma casa com cantos e recantos para explorar para um sítio que mais não tinha do que a vista de uma janela para uma extensão enorme de gradeamento e arame farpado. A história simples de uma amizade que ultrapassou as diferenças que o Fúria inventou existir entre seres humanos e o arame farpado. A história de dois meninos nascidos no mesmo dia...

"[...] Porém, ao dizer isto, os seus pés levaram-no até um lanço de escadas e, à medida que as subia, percebeu que já não estava à chuva, pois estavam a entrar todos numa sala muito comprida, surpreendentemente quente, e que devia ter sido construída de forma muito reforçada, porque a chuva não conseguia lá entrar. Aliás, era até muito abafada, quase sem ar.[...]Shmuel até pode ter respondido, mas Bruno já não conseguiu ouvi-lo, porque nesse preciso momento soou um grande grito sufocado de todas as pessoas que ali estavam quando a porta da entrada foi subitamente fechada e um som metálico se ouviu do lado de fora. [...] Depois a sala ficou muito escura e, apesar da confusão que se seguiu, Bruno apercebeu-se de que ainda estava a apertar na sua a mão de Shmuel e que nada neste mundo conseguiria convencê-lo a largá-la.[...]"

Corpo meu, corpo teu...

Corpo trazido daqui

Se eu te desse o meu corpo, que lhe farias? Limitar-te -ias a olhá-lo? Ousarias tocar-lhe, percorrê-lo milímetro a milímetro, tentando aprender de uma só vez o que o faz estremecer? Se eu te desse o meu corpo, vesti-lo-ia para ti. Quereria que mo prendesses nos teus braços, que mo envolvesses e protegesses. Sem palavras de desejo. Quereria que te encostasses a mim e me sentisses respirar. Respirar-te-ia. Sentir-te-ia. Iria sentir o teu perfume e enebriar-me nele. Iria ficar anichada nos teus braços, deixando cair a minha força aos pés como se de uma capa se tratasse. Não mais seria "a forte", porque quereria ter-te sempre a proteger-me. Dar-me-ia sem disfarces, sem reservas, sem protecção. Diz-me. Se eu te desse o meu corpo, que lhe farias?

sábado, 21 de março de 2009

Ondjaki, celebrando o Dia Mundial da Poesia

Que sabes tu do eco do silêncio?

um só olhar
pode ser uma voz não dita.
para acumular dores
o mais das vezes
bastou um desamor.
sei: a solidão
ecoa de modo muito silencioso.
sei: muita silenciosidade
pode reciprocar
verdadeiros corpos num amor.
um só silêncio
pode ser nossa voz não dita
ainda nunca dita.
para ecoar um silêncio
bastou gritarmo-nos para cá dentro
num gritar aprofundo.
já silenciar um eco
é missão para uma toda vida:
exige repensação da própria existência.

Há prendisajens com o Xão, Ondjaki, Poesia,
Editorial Caminho, SA, Março 2009
Revista VISÃO

The Day After # [2]


E enquanto decorrem as provas, na areia sentam-se Mães e Menina que brinca às Mães. E as Mães brincam também às Meninas enquanto conversam sobre coisas de Mães, crescidas. E a Menina que brinca às Mães faz a caminha da sua filha na areia, e faz-lhe um bolo de anos com a pulseira de uma Mãe que ajuda à festa e tira a fotografia de um aniversário de "faz de conta". E vão nascendo laços entre as Mães. E o dia vai passando de mansinho, morno, embalado,...

The Day After # [1]

Eu e a minha Máquina,
Ontem, na minha Praia!

Das 10:00 às 19:30. Pranchas de todas as qualidades e para todos os gostos. Fatos secos, fatos molhados. Pés de pato. O sobe e desce dos atletas em competição. A agitação dos jurados que tentavam não confundir as cores das lycras dentro de água e conseguir ter a certeza do que estavam a ver, lá ao fundo, dentro de um mar maravilhoso, debaixo dum sol resplandecente. O nervosismo dos organizadores da prova, a atenção a todos os pormenores, a gestão correcta de pessoas e recursos. O som das buzinas no início e no final de cada prova. Distribuição de lanches de mar. Atletas em descanso. Retomar dos hits. Nervosismo. Remadas. As pontuações a serem escrutinadas. Os sacos dos prémios a aperecerem. O Sol a desaparecer por trás da Ponta do Sal. O frio da noite a entrar na praia. Corpos aquecidos, cansados, pelo sol, pelas ondas, pelo entusiasmo de um dia inteiro. Finalmente a divulgação dos nomes que durante um dia inteiro sobressaíram nas suas especialidades - skimming, surf e bodyboard. O regresso a casa. Cansaço e felicidade.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Chegou a Primavera !!!!

Eu e a minha Máquina
num Jardim perto do Mar
e de mim...
Hoje fecho, sem aperto no coração, a porta de vidro por onde todos os dias espreitam e entram vizinhos e Amigos. Hoje não farei chá nem servirei biscoitos aromatizados com pós de canela.

Deixo-vos com o que fui escrevendo nos últimos dias para que leiam e comentem. Tenho-vos notado preguiçosos e isso não é bonito! A astenia primaveril é tramada, não é? Vá, reajam e escrevam!


Durante todo o dia estarei de serviço aos "meus" Meninos e a um Encontro de Desporto Escolar na nossa praia.

Quem me quiser ver, passe por lá!
Quem quiser ficar por aqui, faça de conta que está em casa, que é como se devem sentir os Amigos quando nos visitam!

quinta-feira, 19 de março de 2009

Dia do Pai


[...]
"- Sim, mas é meu pai - explicou Bruno. - Os pais devem ser sérios. Pouco importa se são merceeiros, professores, cozinheiros ou comandantes - disse ele, fazendo uma lista mental de todos os empregos que os pais normais e respeitáveis podiam ter e em cujos títulos ele tinha pensado mais de mil vezes. - Não acho que aquele homem se pareça com um pai, apesar de tão sério."
[...]

O Rapaz do Pijama às Riscas, John Boyne, Edições ASA,
Novembro 2007, págª 24

Sem Palavras...


No Continente Africano há milhares de crianças órfãs, a (sobre)viverem sozinhas, irmãos mais velhos a deixarem de ser crianças para serem os adultos que a doença levou. Nas cidades há crianças a (sobre)viver sozinhas à mercê das esmolas e do lixo. No Continente Africano trabalham milhares de pessoas de organizações não governamentais. Que tentam minorar sofrimentos, pobreza, solidão. Que tentam ensinar princípios básicos que poderão evitar que, no futuro, outras crianças fiquem sozinhas. É um trabalho duro.

Trajecto sem letras

Lisboa vista por outros olhos

Saio para a rua bem cedo. Para aproveitar o fresco da manhã, a claridade que só dura enquanto o Sol não me ofusca, o canto dos pássaros enquanto o calor não os silencia na sombra dos ramos onde se anicham.


Não levo livro companheiro de todas as horas e muito menos papel em branco e material de escrita. Vou ser um verdadeiro observador do que todos os dias me escapa por andar com a cabeça enfiada nas nuvens dos meus escritos e das minhas leituras. Preciso de me aperceber do que me rodeia e a verdade é que a realidade me escapa no turbilhão dos meus pensamentos.

A cidade atordoa-me. O barulho do trânsito, a azáfama de pessoas sem rosto, uma massa em vai e vem constante, quase alucinado.

Os meus trajectos, apesar de curtos, são feitos, propositadamente, de transportes públicos. O livro abre-se assim que o primeiro pé é pousado na gare do Metro e só se fecha quando saio do subterrâneo para a luz do dia. Já estou treinado na leitura em andamento. Não me causa enjôos, nem preciso de parar para subir ou descer escadas com toda a segurança. Se, por mero acaso, as páginas são escassas, tenho sempre o meu plano B. Um caderninho e um belo lápis de carvão. Se não tenho mais palavras para ler, tenho-as de certeza para escrever e não me acanho. Escrevinho, escrevo, desenho ou risco simplesmente. Preciso é de não ver. Sei que alguém que escreve, ou pretende escrever, deve observar, deve tomar notas de feições, atitudes, comportamentos, locais, mas eu retraio-me perante este trabalho de campo.

Já disse, a cidade atordoa-me.

Vou andando...Tenho que a aprender.

Se o conseguir, conseguirei também ultrapassar a estranheza que me invade quando olho para os prédios. Lembram-me caixas enormes. Caixas de frigoríficos onde um x-acto recortou umas aberturas. Não entendo como podem as pessoas viver dentro destas caixas. Apertadas em quadradinhos pequeninos, sem poderem fazer barulho sob pena de terem cabos de vassouras a bater nos tectos ou nos soalhos, ouvindo todos os sons que as outras pessoas fazem nos seus quadradinhos.

Agora que a vejo com os olhos atentos de um observador, narrador, reconheço que nunca tinha reparado na beleza que encerra. Os prédios são velhos e a pedir tinta, as varandas têm um ar triste de quem há muito tempo não é usada para o seu devido propósito, mas são distintos. São caixas onde parece existir coração a bater e sentimentos a explodir se os deixarmos. E a luz? A luz desta cidade ao amanhecer é uma luz sem igual. Não sei se é a proximidade do rio que a transforma numa claridade embaciada quando a cidade acorda, se é apenas o Sol que a quer mostrar numa beleza que lhe vem da altivez própria da idade. Sei que olho em meu redor e pergunto quantas histórias existem escondidas nas pedras da calçada, nos prédios pombalinos, nos becos e escadinhas da cidade das colinas. Histórias que não tenho querido ouvir, que tenho descartado por me achar superior ao bulício de uma cidade que se entranha pelos meus poros e que me faz apaixonar...

Leituras # [4]

Tempos houve em que todos os meses comprava livros. Não um, mas vários. Leio rápido e mais do que o prazer de ler ou a compulsão da compra, eu sou fascinada por livros. São objectos, eu sei, mas são objectos que para mim têm vida própria. A vida das palavras que encerram e que nos foram legadas por alguém que as escreveu com prazer, sentimento e muito trabalho.

Não é por isso de estranhar que todos os presentes que peço são sob a forma de novos títulos que religiosamente acumulo num ficheiro à medida que vão saindo para os escaparates. Deste modo, tenho vindo a construir uma biblioteca considerável e pena sinto de não poder entrar numa livraria e comprar sem restrição de custos tudo o que me vai apetecendo ler. Seria certamente o meu primeiro impulso se algum dia, (por grande sorte, visto que não jogo), me saísse um Euromilhões daqueles que anda há vinte anos a criar excêntricos!

Os tempos agora são outros e a palavra que vive sobre as nossas cabeças e que não vale a pena mencionar já não me permite este luxo/prazer periódico. Não vivo atormentada com isso porque felizmente os meus dias atribulados não me deixam grande espaço para leituras o que faz com que haja sempre livros à espera de serem lidos, mas de vez em quando dá-me o apetite de novidades!

Imagem vinda Daqui

quarta-feira, 18 de março de 2009

Debate Quinzenal na AR

Mãe Migrante, Califórnia, Dorothea Lange, 1936

O Apoio às Famílias é hoje o tema do debate quinzenal na Assembleia da República. A protecção dos idosos, o abono de família, o subsídio de acção social escolar e o auxílio no pagamento dos créditos à habitação são as linhas gerais que o Governo pretende apresentar no hemiciclo.
Em termos de protecção à Família há tanto a fazer e vejo tão pouco a ser feito... Vou ver e ouvir com atenção!
* * * * Até agora, nada de novo * * * *

ATL's ou mais horas fora de casa...# [1]



Afinal não o conhecia. Pelo menos pessoalmente, não. Talvez já o tivesse visto dado que os caminhos percorridos são parecidos e há Amigos comuns. O Mundo é mesmo pequeno e o sítio onde vivo uma pequeníssima aldeia! Foi um prazer conhecê-lo e conversar com ele. As ideias são boas, os princípios que as orientam também e na teoria sobre o que falta na vida das nossas crianças/jovens estivemos em sintonia. Como mudar esta sociedade (tal como escrevi no meu post Brain Storming) foi uma questão que ambos pusemos um ao outro e para a qual não encontrámos respostas mágicas.

Gostei dele e prometi-lhe uma apresentação formal do projecto que está a fazer nascer em conjunto com um grupo de Amigos. Assim que fôr inaugurado o Pavilhão novo da nossa Escola, no novo Auditório, para os Pais dos nossos Meninos!

ATL's ou mais horas fora de casa...


O Presidente do Conselho Executivo da Escola dos Ms 2 e 3 deve adorar-me! Mandou-me, via telefone, um senhor duma empresa nova, cheia de ideias novas, que quer pôr a funcionar um ATL na 2.3. Atendi o senhor muito simpaticamente, expliquei-lhe que não concordava que os miúdos passassem ainda mais tempo na Escola, que a Escola deve ser para os tempos lectivos e não para os tempos livres, que a Família tem que estar presente e não demitir-se cada vez mais, enfim...todas as minhas melhores teorias e argumentações. Ainda assim não me consegui escapar ao objectivo primeiro do telefonema - encontrarmo-nos para que me apresentasse a empresa e as ideias inovadoras que têm. É daqui a meia hora (ainda por cim acho que a voz dele não me é estranha, mas não consigo associar a uma cara...vou ter uma surpresa!).
É por estas e outras que continuo a pensar que não me escapo de ir para o Céu quando morrer...

Lentidão...

Tenho-me visto pouco aplicada. Poucos posts, poucas visitas, poucos comentários. Não me apetece deixar abrandar o meu blogue, mas a minha Internet está lenta como os animaizinhos que ilustram estas linhas. Mais lenta. Se é que isso é possível. Para mim, que sou acelerada e não gosto de perder muito tempo, vir escrever, ler o que os outros escreveram e comentar e demorar imenso tempo neste processo, é uma neura. Como o meu blogue e os que leio habitualmente fazem parte de um prazer e não de uma neura, tenho andado pouco por aqui. Alguém quer ligar para a Cabo e reclamar da lentidão do serviço de Internet? Não há pachorra!

terça-feira, 17 de março de 2009

Caligrafia, ou como eu me elogio a mim própria...

Desde pequena que gosto de escrever. Lembro-me da minha Professora primária ter uma letra cheia de floreados. Lembro-me que nunca dei erros e que sempre tive "uma letra muito bonita". Os anos foram passando, eu fui avançando na minha escolaridade. Habituei-me a ver a minha letra em várias mãos, pois era comum os meus cadernos serem fotocopiados para os meus apontamentos servirem para o estudo de colegas e amigos. Sempre gostei de tirar apontamentos, de escrever tudo o que me parecia importante e nem isso me fez estragar a letra. Continua certa, escreva em linhas ou sem elas, e cheia de floreados "que já não se usam", ao ponto de haver quem olhe para o que escrevo à mão e diga que não percebe nada...para me irritar, claro!

Ontem e hoje, para além de dias de outras semanas anteriores a esta, estive fechada numa sala, numa escola, numa Comissão de Análise de Candidaturas a Director. Como sempre, escrevi que nem uma desalmada, para que quando chegar a hora de fazer os relatórios, esteja tudo bem explicadinho no papel, sem margem para dúvidas. Ao longo destes dias tenho ouvido exclamações perante a imagem das palavras que se alinham no meu caderno. E fico vaidosa. E tenho pena que estas palavras não estejam manuscritas para que todos vós possam dar opiniões sobre os meus arabescos, mas reconheço que gosto muito, também, de escrever nesta máquina e não é por isso que perco "a mão"!

Brain Storming


Assaltam-me dúvidas que me incomodam. Mais uma vez penso que pensar demais não é terapia para ninguém. Pensar faz doer e dôr é o que maior parte de nós, humanos, não quer sentir. Assaltam-me dúvidas sobre o que andamos a fazer. O que andamos a construir. O que vamos deixar, se é que vamos deixar alguma coisa. Que sociedade é esta que se foi reformulando, adaptando a novas descobertas, tecnologias e exigências e que se vai esquecendo, todos os dias, que tudo é obra humana? Humanos?! Será que ainda existem alguns? Ou será que todos e cada um de nós já não passa de uma mera peça de uma máquina que se vai revelando devoradora das características que fazem de nós humanos? Onde estão sentimentos, princípios e regras? Faço parte de uma geração que assistiu à mudança. O termo de comparação está na memória e na voz dos que me antecederam. Na minha carga genética existem os dois termos de comparação. No meu ser, humano, só um prevalece e é esse um que me faz gostar de pessoas e de diferença. O termo de comparação que cresceu comigo, e do qual não tenciono abdicar, acredita em solidariedade e justiça que não vejo prevalecerem numa sociedade onde, pela Carta dos Direitos que nos devia reger a todos, todos deveríamos ter direitos e deveres iguais. Há muito por fazer, muito por mudar e não consigo ver vontades de mudança. Não posso ficar indiferente a notícias que continuam a surgir sobre comportamentos desadequados dentro das escolas, pior, dentro de salas de aula onde o professor deveria ser o símbolo da autoridade a respeitar. Não posso ficar indiferente a notícias que me alertam para o facto de a sociedade estar a fazer dos seres/pais máquinas que se veêm obrigadas a cumprir objectivos cada vez mais difíceis, para conseguirem manter o que por direito deveriam ter - uma Família. Preocupo-me, mas não sei como fazer a mudança e esta ignorância volta a preocupar-me. Não percebo porque não se cumprem regras, não percebo porque não se punem, na hora, comportamentos que não podem ser o exemplo para outros. Assaltam-me tantas dúvidas. Gostava de poder contribuir para a mudança, gostava de ser parte dela, porque é necessária, urgente, para que nós, os humanos, sejamos o que realmente somos. Cabeças que pensam, mas que pensam certo, corações que sentem, mas que não podem amolecer, transmissores de regras e princípios que não podem desaparecer sob pena de as nossas sociedades passarem ao lado da sua caracterização maior - Civilizações.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Segunda Feira ! ! !

O dia de hoje promete! Para descomprimir de um fim de semana de sol radioso passado em casa, em casinha mesmo, hoje vou "pirar-me" e só voltar ao final do dia!

Na Escola do Manel e do Martim está a decorrer o processo de eleição do Director. Hoje é dia de entrevistar os candidatos ao cargo. De manhã vou reunir-me com "colegas" Mães para preparar as questões que, em nome dos Encarregados de Educação, queremos ver respondidas. A partir das duas da tarde, lá estarei. Na Comissão de Análise das Candidaturas, a ouvir os candidatos.

Vai ser um dia e tanto!

domingo, 15 de março de 2009

Surpresa


Apetece-me uma surpresa.

Que apareça, vinda do nada.

Nada de muito extraordinário...

...um abraço apertado basta-me.

Cinco dedos de conversa, uns elogios à mistura, um "quase morria de saudades tuas"...

..Se eu continuar a desejar muito, pode ser que aconteça!

Paul Auster, Homem na Escuridão

Acabei. Fica aqui um bocadinho...do meio da págª 154. Um discurso, um pensamento que tem muito de verdadeiro.
"[...]
Eu sempre quis ser escritor. Toda a minha vida tive esse sonho. Tu sabes disso, August. Há uma quantidade de anos que te mostro as minhas indigentes tentativas literárias, e tiveste a amabilidade de as ler e comentar. Encorajaste-me, e estou-te muito grato por isso, mas ambos sabemos que não valho nada. As coisas que escrevo são pesadas, insípidas, não têm interesse nenhum. Em suma, são uma merda. Todas as palavras que escrevi até agora não passam de pura merda. Há dois anos que deixei a universidade, e passo os meus dias sentado a uma secretária, a atender chamadas numa agência literária. Que raio de vida é essa? É uma porra de uma vida tão segura e tão estéril que já não aguento mais... Eu não sei nada de nada, August. Eu não fiz nada de nada. É por isso que me vou embora. Para viver uma coisa que não gira em torno de mim. Para mergulhar de cabeça no grande muundo, neste mundo abjecto em que vivemos, para descobrir o que é que sentimos quando somos actores no palco da história.
[...]"

sábado, 14 de março de 2009

Just don't think and...

Daqui

Levantei-me a pensar quais seriam as linhas de hoje. Ainda alinhei duas ou três, mas rapidamente as abandonei num canto escuro da minha cabeça. Nã...não era nada daquilo que esperava que as minha mãos escrevessem hoje. Já basta a neura em que estive "mergulhada" ontem. O melhor mesmo é esquecer esta coisa do blogue e deixar-me andar pelo fim de semana, mas depois percebo que fim de semana é um conceito criado para aqueles que passam uma semana inteira fora das suas casas. Fim de semana é um conceito que prevê descanso, preguiça entre sofás, jornais, esplanadas e os passeios "domingueiros" que entopem as estradas sobranceiras ao mar. Ora se eu não passo a semana fora de casa, se não preguiço entre os sítios preferidos por todos os que o podem fazer, como hei-de chamar a estes dois dias em que continuo a fazer tudo igualzinho ao outros dias? Agora, por exemplo, estava a brunir. Um passatempo a que me dedico diariamente para fortalecer o músculo do braço direito e para desenvolver os peitorais do mesmo lado! Sai mais barato do que o ginásio e ainda tem a vantagem de o vapor vir para a cara e servir de tratamento à pele!

Às vezes gostava mesmo de não pensar tanto, porque as pessoas que não pensam tanto são, geralmente, mais felizes. Ou não? Não questionam opções, aceitam o que a vida lhes vai dando e parecem sempre felizes.

Começo a concordar com quem me diz que leio demais, que meto ideias "esquisitas" na cabeça e que devia arranjar um part-time como recepcionista. Já me estou a imaginar! É que qualquer uma destas coisas tem mesmo "a minha cara"!

Bem, como estamos no tal período em que devemos "des stressar" é isso que vou fazer e Have Fun!!!!

sexta-feira, 13 de março de 2009

Dormência

A minha Máquina nas mãos da minha Filha,

Lisboa, Janeiro 2009

Hoje entrego-me ao vazio.
Há uma sensação de paragem. No tempo. No espaço.
Tudo está suspenso. De mim. Da minha energia que hoje não está.
Silêncio.

Nem os livros que comigo costumam conversar, têm hoje algo a dizer.
Já abri e fechei alguns. Na esperança de que falassem.
De que me oferecessem algumas palavras.
Silêncio.

Ignoro o Sol que me chama lá de fora
Observo-o só.
Do cimo do meu telhado.
Silêncio...

Março, em Flor

Eu e a minha Máquina, hoje, em casa

Descobri hoje,

por mero acaso,

que o marmeleiro que (sobre)vive no jardim está em flor!

quinta-feira, 12 de março de 2009

Chá Memorial


Alheio-me do pensamento que me inunda.
Que me assalta os dias e me lembra.
Que me enlaça.
Que não me deixa ignorar.
O que teria sido o que nunca chegou a ser.
Forte, mas efémero.
Acusa-me de medo.
Lembra-me quão efémera é, também, a Vida.

Vertigem # [1]

Vertigem


A minha Máquina nas mãos da minha Filha, Março 2009

Vertigem n.f.
1. sensação de falta de equilíbrio; tontura;
2. [fig.] tentação súbita; desejo irresistível;
3. [fig.] desvario (Do lat. vertigine-, "redemoinho")

De azul
De céu e de Mar
De corpo quente a entrar no frio da água
De olhar cruzado e não sustentado
De toque inesperado e não ocultado
De desejado e não alcançado
De música tocada e arrepio corpo fora
De palavras escritas faladas silenciadas
De viver!

Memórias # Ao Sol

Memória 1. - Lembro-me como se fosse hoje. Não do nascimento da Comercial, mas do aparecimento da Comercial em casa dos meus Pais. O posto de rádio oficial era, e continua a ser, a Antena 1. Foi o rádio do quarto da minha irmã, mais nova do que eu três anos, que começou a tocar Comercial. Eu, (na altura um bocadinho "careta"), considerava que a Comercial era uma rádio onde só passava "barulho"... Faz hoje 30 anos que nasceu esta rádio. Lembro-me da Febre de Sábado de Manhã, do Pão com Manteiga, da primeira vez que ouvi o Chico Fininho. Fui crescendo e a Comercial passou a ser a minha rádio. Pedro Ribeiro, Nuno Markl, José Carlos Malato, são nomes que conheci nesta rádio e que fazendo parte do meu imaginário, continuam a fazer parte do meu dia-a-dia. Hoje, a Comercial faz 30 anos e, a partir daqui, quero enviar um grande abraço de Parabéns a todos os que por lá passaram e passam.


Memória 2. - A FIC, Feira Internacional de Carcavelos. A Catarina planeou que hoje iríamos até lá de manhã bem cedo. À procura de um bikini para mandar para a Carolina que está longe, nos EUA. Soube-me mesmo bem. Apesar de não ter "feirado" porque os dias são mesmo de crise, este Sol maravilhoso, o nosso passeio trouxe-me à memória os dias de férias da Páscoa quando eu e os meus Irmãos e Amigos/as eramos estudantes. Deixávamos Lisboa para trás e mudavamo-nos para aqui. Durante o tempo que duravam as férias estavamos por nossa conta. Praia, muita praia. E a Feira de Carcavelos onde se compravam as T-Shirts e Sweat Shirts mais giras e mais baratas, ainda nas ruas de Carcavelos. Quando as compras terminavam era obrigatório ir até à Pastelaria S. Jorge comer uma bela bola de berlim, com creme ou sem, ao gosto do freguês. Hoje não houve doçaria porque o tempo passou rápido e as aulas esperavam-na no Liceu, mas valeu a pena!


Há Memórias que merecem ser revisitadas. Estas são duas delas!

quarta-feira, 11 de março de 2009

Pensamento Estúpido # 8








Imagem daqui




Há mentes desequilibradas.
Há mentes que se esforçam uma vida inteira por manter o equilíbrio.

Pensamento Estúpido # 7

Imagem gentilmente cedida pela Net
Alguém quer ter a bondade de me explicar porque é que o relógio do meu blogue marca uma hora a mais do que o relógio do meu computador? Será que a hora dos blogues/blogers já mudou e eu não sei de nada?

Os Cinco Sentidos em Debate

Imagem gentilmente cedida pela Net

Já não me lembro muito bem qual dos Quatro lançou o tema, à mesa, à hora de jantar.

" - Mãe, se tivesses de abdicar de um dos cinco sentidos, qual seria o que escolherias?"

Eu, no meu melhor estilo, repentista:

"- O olfacto!"

Os dados estavam lançados. A troca de ideias começou. Como sempre, acabo por pensar que os meus Filhos são melhores do que eu na capacidade de reflexão. Rapidamente surgem as questões ligadas aos cheiros que não se querem esquecer, aos paladares que ficarão alterados ou nulos.

"- Mãe, tu já comes pouco. Se não tivesses olfacto, e paladar, não comerias nada! Ias morrer!", dizia a Catarina

Naquela nossa "terapia" familiar acerca de sentidos que se perderiam, concluímos que poderíamos abdicar da audição, apesar de ficarmos privados do som do mundo, da música, da comunicação oral. Isto porque a ciência e a tecnologia já têm soluções avançadas para auxiliar os deficientes auditivos, porque a linguagem gestual já não é um bicho de sete cabeças que só alguns conseguem decifrar (eu teria que me esforçar, porque com a minha dislexia de movimentos, iria muitas vezes dizer coisas disparatadas...como já digo sem dislexia da fala ...).

Lanço-vos o desafio! Qual seria o sentido de que abdicariam se tivessem de o fazer? E porquê esse?

GangoDependente

Jeans Virtuais



Sou viciada em calças de ganga. Quando trabalhava não as podia usar durante a semana. Era impensável, no meu local de trabalho, aparecer de jeans por mais "bem" que fossem os acessórios que as acompanhassem.

Depois, fiquei em casa. Aos poucos fui substituindo saias, mini-saias (à excepção das de Verão que continuo a usar), blasers e camisas por calças de ganga, t-shirts, pullovers de decote em bico e blusões que partilho com a Catarina.

Em Dezembro comprei umas calças de ganga de pernas justas. Giras, tão giras que desde que as comprei quase nem têm tempo para descansar! O calceiro chama por elas, mas elas não conseguem desenvencilhar-se de mim ... e eu, que não sou possessiva com as minhas coisas, não consigo largá-las, deixá-las ir um bocadinho fazer companhia às outras que por lá estão penduradas, a meio, de cabeça (que é como quem diz, de cós) para baixo.

Já começo a estar irritada comigo mesma ... prometo que hoje vou ser liberal e deixá-las ir. Afinal, tenho que conseguir fazer a minha própria GangoDesintoxicação!

Memórias, de Cheiros

Eu e a minha Máquina,
Algarve, Agosto 2007

Há dias conversávamos, à mesa, ao jantar, sobre qual o sentido que dispensaríamos se o tivéssemos que fazer. Rapidamente, imaginando-nos sem um dos cinco sentidos, concluímos que a vida seria completamente diferente e que não é por mero acaso que todos eles existem e coabitam em nós.

Impensadamente afirmei que poderia ficar sem olfacto...

Dizem, cientistas, que as memórias olfactivas são as que mais perduram na memória humana e as que mais sensações nos transmitem.

Quando me detive a pensar sobre o que afirmara...como poderia viver sem a memória de tantos cheiros que me povoam?

A casa da minha Avó Materna surge-me na memória olfactiva pelo rasto do cheiro do azevinho que enchia jarras ao longo do corredor e das salas, do cheiro dos fritos na cozinha espaçosa, do cheiro da fruta vinda da "terra" no Verão e espalhada nos balcões de mármore, do cheiro do papel de jornal que eu lia com o meu avô no chão.

A casa de Ferreira do Zêzere é lembrada pelo cheiro próprio do frio, da humidade, de uma casa fechada onde chegávamos à sexta-feira à noite para mergulhar em lençóis que pareciam molhados de tão frios que estavam, debaixo de pesados cobertores de "papa".

Assim que o Sol se começa a mostrar constante nos dias que crescem, ao meu nariz chega o perfume da vegetação selvagem que inunda o ar do caminho que percorremos para alcançar o nosso areal algarvio. É um cheiro que não encontro em mais lado nenhum...ou talvez a minha memória, o meu subconsciente só o consiga identificar ali, naquele preciso local.

E o cheiro mais forte, mais intensamente relembrado - o cheiro de cada um dos meus filhos quando bébés. É um cheiro que frequentemente recordo, com saudade, pelo tempo que passou tão depressa e que não consegui aproveitar tão bem quanto o devia ter feiro. É um cheiro que me traz uma recordação tão aconchegante...

Não, sem cheiro não poderia viver!

terça-feira, 10 de março de 2009

Livros, Capas e Filmes



Há homens e mulheres que escrevem. Sentem essa necessidade de criar, de dar a conhecer ao Mundo o que as suas cabeças não conseguem conter, armazenar, para sempre. Nascem livros, lidos por editores, publicados, incluídos em colecções ou apenas em secções. Nascem capas.

Há filmes que nascem em palavras escritas, em frases, em páginas. Alguém que pega neles, porque gosta de ler e ama livros, e decide que seria bom dar-lhes vida a três dimensões, aquela que todos podemos ver e sentir, pensar real, levar a quem não lê, as imagens maravilhosas de quem leu. Nascem thraillers e nascem cartazes.

Há quem decida que vender mais será possível se as capas originais derem lugar a capas com imagens retiradas do grande écran. Os livros perdem um pouco da sua identidade, acabam por ser meros veículos de propaganda dos filmes. Numa sociedade altamente consumidora de imagens e muito pouca consumidora de letras, esta será uma boa estratégia para captar a atenção dos consumidores e levá-los a comprar, mas o livro vale por si e não pelo que dele é feito para cinema!

...eu prefiro, sempre que me é possível, comprar as edições
com as capas originais.
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