Dizes-me que vais voar para longe.
sonhos.pesadelos.inquietações.mera loucura.
Plano inicial: meter-me no comboio e "pouca terra, pouca terra" até Lisboa. Um passeio pela Baixa Pombalina e redondezas, algumas fotografias, almoço, conversa.
O fim de semana foi agitado e sem muita dedicação às tarefas domésticas o que resultou num cancelamento do Plano inicial. Comecei bem cedo. Avental, pano do pó, aspirador. Limpei, limpei, carreguei móveis escada acima, carreguei lixo escada abaixo. Mudei a arrumação da sala. Não consegui fazer tudo, tudo, mas dei um grande avanço à confusão que o fim de semana provocou.
A tarde está a chegar à sua hora crítica. A hora em que é preciso ir recolher os meninos, ouvir com atenção tudo o que têm para dizer e contar, chegar a casa e continuar a labuta, desta feita a preparação da janta.
Estou constipada e cheia de sono. Não me apetece nada...só dormir...mas não posso...tenho que ir...
O que faz de cada um de nós a pessoa que somos? Será que somos só porque duas pessoas nos transmitiram os seus códigos genéticos, dando origem a um outro que nos caracteriza e distingue de qualquer ser humano? Será que somos porque o nosso código genético tem a capacidade de ir adquirindo "ensinamentos" e outros códigos e formando um novo código? Até que ponto é que temos capacidade de influenciar o nosso código genético, levando à sua modificação no que concerne a capacidades intelectuais, a formas de estar e pensar a vida? O nosso destino, estará ele efectivamente nas nossas mãos ou não passamos de meros passageiros embarcados num código genético superior?
Esta é uma das músicas da minha Vida.
Sem sombra de dúvida, sem hesitação. Lembro-me de mim com nove anos, a cantá-la e a ficar sem ar para conseguir dizer as palavras todas até ao fim e não consigo deixar de me emocionar de cada vez que a oiço e de ficar toda arrepiada.
O dia de hoje é Tão especial. Sobre as memórias que dele tenho já falei, no ano passado, no post que lhe dediquei. Este vai ser sempre um dia que a minha memória guardará como um dos mais felizes da minha Vida e um dos que me trouxe mais dor, vinte e três anos depois. No entanto, a dor nunca tirará o sabor da alegria com que vivi o dia dos cravos e das canções revolucionárias que cantei durante muito tempo. A dor não me tirará nunca a memória feliz de manifestações de rua e festas do 1º de Maio coladas à casa onde vivi enquanto solteira. A minha dor, interior, pacífica, que vive comigo há doze anos, é uma dor feita de saudade e de sentimento de perda, mas também é uma dor que me faz acreditar num outro tempo, numa outra dimensão, de onde tudo se pode ver, de onde se pode proteger quem ainda vive.
Hoje festejo sem qualquer tipo de pejo o 25 de Abril de 1974. Festejo-o porque sei que foi ele que me permitiu fazer muitas das coisas que já fiz, que me permite estar a escrever o que me apetece e ver publicado, que me permite ler tantos e tão diferentes autores. Para mim, este dia é sempre um dia especial.
You Are a Philosopher |
Your weakness: You tend to shy away from others Your power color: Pale blue |
E príncipes,
que as olham, de longe,
esperando o feitiço que lhes devolva a beleza,
para que as possam conquistar!
Eu e a minha Máquina, hoje na Gulbenkian, Darwin