Grafia

A Autora deste Blogue optou por manter na sua escrita a grafia anterior ao Novo Acordo Ortográfico.

domingo, 31 de maio de 2009

De amarelo brilhante a esbranquiçado leitoso...

A semana foi escaldante. Houve calor e sol e ambiente de Verão. É espantoso como o meio ambiente pode influenciar tanto a forma como me sinto. O Verão faz-me sentir feliz. Posso andar por aí de havaianas, braços e pernas ao léu. Gosto de me sentir assim, livre! Esta noite dormi como há muito tempo não dormia. Sem sonhos, sem acordar mil vezes durante a noite. Hum...deitei-me e só voltei a acordar de manhãzinha. Foi mesmo bom.

O Sol levou-me a banhos. Ontem e hoje. Areal cheio. De corpos, de toalhas, de chapéus, de cadeiras, de brinquedos e de sacos. A maré, a adivinhar a enchente de pessoas que iria cobrir o areal, vazou e deu mais espaço. As poucas horas que dediquei ao meu prazer supremo foram suficientes para sentir as minhas baterias carregarem para uma semana de trabalho.

Ao final da tarde, como por magia, o Sol fraquejou. O ar começou a refrescar, mais e mais. Do mar começou a subir uma neblina que tapou caminhos. Uma luz esbranquiçada, leitosa, cobriu o céu. Num instante deixei de estar no Verão...

Mrs. Dalloway, As Horas, Michael Cunningham



[...] "Sim, pensa Clarissa, já é tempo de o dia acabar. Damos festas, abandonamos as nossas famílias para vivermos sós no Canadá, batalhamos para escrever livros que não mudam o mundo apesar das nossas dádivas e dos nossos imensos esforços, das nossas absurdas esperanças. Vivemos as nossas vidas, fazemos seja o que for que fazemos e depois dormimos: é tão simples e tão normal como isso. Alguns atiram-se de janelas, ou afogam-se, ou tomam comprimidos; um número maior morre por acidente, e a maioria, a imensa maioria é lentamente devorada por alguma doença ou, com muita sorte, pelo próprio tempo. Há apenas uma consolação: uma hora aqui ou ali em que as nossas vidas parecem, contra todas as probabilidades e expectativas, abrir-se de repente e dar-nos tudo quanto jamais imaginámos, embora todos, excepto as crianças (e talvez até elas), saibamos que a estas horas se seguirão inevitavelmente outras, muito mais negras e mais difíceis. Mesmo assim, adoramos a cidade, a manhã, mesmo assim desejamos, acima de tudo, mais." [...]

sábado, 30 de maio de 2009

Presente

Tolerância feita parede na cidade de Lisboa

A Sara é chinesa. Nascida e crescida em Portugal como tantos outros jovens de tantas outras nacionalidades que abandonam os seus países de origem e vêm para Portugal em busca de uma vida melhor. Estuda no mesmo Liceu que a Catarina, na mesma turma. Os tempos livres divide-os entre a loja que a família tem (agora as lojas) e os trabalhos para o Liceu. Gosta de passear por Lisboa e tenta descobri-la e senti-la como a sua cidade. Num destes passeios, lembrou-se de mim e tirou esta fotografia para a qual fez um post.

Obrigada Sara! Esta parede é especial!

As Horas, Mrs. Brown, Michael Cunningham


[...]"Parece possível (não parece impossível) que tenha transposto uma linha invisível, a linha que sempre a separou do que preferiria sentir, de quem preferiria ser. Não lhe parece impossível que tenha sofrido uma subtil mas profunda transformação, aqui, nesta cozinha, neste mais natural dos momentos: acertou as acontas consigo mesma. Esforçou-se durante tanto tempo, tão arduamente e com tanta boa-fé, e agora descobriu o truque de viver feliz, sendo ela mesma, do mesmo modo que uma criança aprende em determinado momento a equilibrar-se numa bicicleta de duas rodas. Parece que vai ficar bem. Não perderá a esperança. Não lamentará as suas possibilidades perdidas, os seus talentos inexplorados (e se, no fim de contas, não tiver nenhum talento?). Dedicará a vida ao seu filho, ao seu marido, ao seu lar e aos seus deveres, a todas as suas dádivas. Quererá este segundo filho." [...]

sexta-feira, 29 de maio de 2009

A minha Felicidade tem de dizível...

...dias quentes e cheios de sol
...areia, mar, mergulhos, pinos dentro de água e brincadeiras infantis
...o lume a chegar ao ponto ideal para receber febras
...cerveja gelada
...o vento que invade a "Linha" quando os dias quentes chegam também
...fim de dia no quintal
...fim de dia a cheirar a férias que só chegam em Agosto
...fim de dia quente a fazer-me recordar os fins de dia quentes da minha infância, em que sonhavamos com a ida à Feira Popular
O Cisne a posar para a minha Filha e a sua Máquina

O que tem de dizível a felicidade?

Questões sem resposta


Quanto sabes de mim?
Cores palavras músicas e locais ...
Quais os que me fazem falta sempre?
Quais os que dispenso sem sofrer?
Quanto sabes de mim quando me pensas?
Em quantos pensamentos teus entro?
Sorris quando pensas o meu nome?
Percebes quando não estou, porque não estou?
Preciso-te...

Vazios que doem

A máquina, as mãos e os olhos da minha Filha


Há palavras que matam. Que soltas no ar nos atingem como se fossem bombas. Correm como mísseis, direitas a nós, alvos demasiado visíveis, demasiado fáceis, demasiado frágeis. Por vezes pressentimos que elas se vão soltar e revestimo-nos de uma carapaça que as impede de entrarem dentro de nós e fazerem estragos. Outras vezes, elas soltam-se sem qualquer aviso e voam demasiado rápido. As nossas defesas não estão prevenidas. Estão a descansar, demasiado confiantes na paz que afinal nunca existe completamente. As palavras mísseis vêm. Explodem quando em nós embatem. Ferem. Feridas que dificilmente saram. Magoam. Dores que voltam sempre que o tempo muda ou que os sentimentos se lembram de nos lembrar que existem. E nós? Uma parte de nós morre. Fica naquele sítio um vazio que não conseguimos preencher com nada. E para sempre, a desconfiança. O medo das palavras mísseis.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Ponto de Situação

Podem não acreditar mas estou sentada na mesa da cozinha de óculos escuros na cara a escrever. A minha sanidade mental deve estar em perigo!!! Este calor deve-me ter derretido os poucos neurónios saudáveis que ainda pensava ter dentro da minha caixa craneana! O meu computador teve que voltar para mãos que percebam de vírus e coisas que tais. Com este dia maravilhoso em que o Sol deve ter dado um belo bronze e o mar uns belos momentos de frescura, eu estive a preparar uma reunião geral de Pais de todo o Agrupamento. Eu e outra Mãe...as duas a braços com contactos inexistentes e com mil coisas em que pensar. Quando consegui finalmente chegar a casa respirei de alívio. A casa escurecida por estores puxados até ao fim, janelas abertas, fresco!!!! Só me apetecia esticar-me em cima do sofá, pôr os óculos (os normais) e ler. Em vez disso esperava-me a luminosidade excessiva da cozinha, inundada de sol e os preparativos do jantar para seis. Sim, porque apesar do calor ninguém perde a vontade de comer e o fogão não tem descanso! A única forma de postar era utilizar o computador da Catarina. Aí vai disto. Mas escrever o quê? Depois do aviso do João Tordo, depois de um dia em que não aconteceu nada de extraordinário e que estive com a cabeça virada para reuniões e pais que insistem em não aparecer, não há nada de emocionante para postar. Escrever uma carta a alguém? Não me apetece. Não estou virada para a criação epistolar. Interrupção para olhar para o interior dos tachos. Não, ainda não se queimou a janta! Bem, dizia eu que não há mesmo nada de interessante para comunicar ao Mundo! Ao pequeno Mundo que me lê, claro. A Filha estuda História e Cultura das Artes e revolta-se com a quantidade de matéria e com a fraca qualidade do professor. O Filho mais velho dá os retoques finais numa apresentação que irá fazer amanhã sobre o Conto aqui publicado no fim de semana. O Filho 3 espera pacientemente que eu acabe de escrever baboseiras para usar o computador e a net da Mana. O Filho 4 vê televisão. O jantar ao lume. O sol continua a queimar. Apetece-me. Fim de dia de verão. Cerveja bem gelada. Esplanada sobre o Mar.


PS - Por favor, se considerarem que este deverá ser o último post do Vekiki, avisem!!! Detesto fazer figuras tristes, mas hoje foi isto que saíu de um cérebro estorricado pelo calor e a desejar PRAIA!!!!

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Fiquei a saber...


...que sou uma casa; que tenho uma parede que está a meter água e que não vale a pena estar a fazer-lhe pequenas reparações. Ela não vai deixar de meter água e a humidade vai espalhar-se por toda a casa e destruí-la. A parede vai ter que ser demolida e outra nova vai ter que ser erguida no seu lugar; que a roupa que esta casa abriga e que me tem servido até agora, está a deixar de me servir, é preciso deitá-la toda fora e comprar roupa nova...
Fiquei a pensar que não sei se terei capacidade para tanta remodelação de uma só vez!

Igreja de S. Domingos

Outra Máquina, outras Mãos

Nunca tinha entrado nesta Igreja. Há umas semanas, numa das idas a Lisboa, o ponto de encontro escolhido foi precisamente a entrada desta Igreja por termos comentado o meu desconhecimento sobre o que lhe havia acontecido em 1954 e o estado em que se encontra por dentro. Não sei quais as razões que levaram à sua não reconstrução, à sua não limpeza, de forma a que todos os sinais de incêndio fossem eliminados. Sei que é indescritível a sensação de se entrar num espaço como este. Amplo mas escurecido pela marca do fogo, destruído mas transmissor de uma paz enorme, como se as marcas da tragédia fossem também elas transmissora da ideia de brevidade que todos devíamos ter.

Foi muito bom conhecer esta igreja. Fiquei com uma vontade enorme de lá ir assistir a uma missa.

Fiquei a pensar nisto...

[...]"Detesto aquela ideia do gajo fechado em casa que só escreve as suas próprias histórias. As pessoas sem vida não têm nada para contar. A não ser que sejam filósofos. A ficção precisa de um material sólido." [...]
João Tordo in
nós 03 (revista semanal, publicada aos sábados com o jornal i, )
Criativos

Música no Coração


Podem chamar-me foleira, pirosa, cota e todas essas coisas que se chamam a quem gosta do que já não está na moda. Eu sou fã da Música no Coração. Canto as músicas todas de uma ponta a outra e gosto. Já vil cinquenta mil vezes, vou gostar de voltar a ver, já chorei essas cinquenta mil vezes e vou chorar outra vez.

Recebi este vídeo via mail. Fui buscá-lo ao YouTube e colei no Vekiki para que todos possam ser foleiros comigo. Cantem! Arrepiem-se, (como eu estou agora), e dancem se vos apetecer!

B R U T A L

A Cegueira, o Ensaio, o fim


Acabei-o. Ontem. Enquanto esperava. Não interessa o quê, nem por quem. Interessa que sentada numa qualquer cadeira de plástico azul, numa qualquer sala de espera, rodeada de gente que passava, que falava, de telefones e conversas, cheguei ao fim de uma história. Uma história que não é uma qualquer história, porque quem consegue imaginar uma história assim também não é uma qualquer pessoa.

Posso compreender que não se goste desta escrita. É uma escrita densa, separada por muitas vírgulas, usando formas que nenhum de nós (meros aprendizes da arte de escrever) ousaria usar por pensar que todas as regras do bem escrever estariam a ser adulteradas. É uma escrita que não necessita dos travessões e dos diálogos para ter movimento e força, para transmitir emoções fortes. Elas estão todas lá, em parágrafos corridos, feitos de muitos períodos.

Esta história de cegueira é muito mais do que uma história. É uma lição para a humanidade sobre como tudo se altera, todos os valores e crenças caem por terra quando algo tão simples nos puder faltar.

Gostei demais deste livro. Quando o terminei fechei-o. Li a frase da contracapa, desfocada, tremida "Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara". Abri-o ao calhas e reli mais umas passagens. Ensaio sobre a Cegueira vai ser um daqueles livros que um dia me vai apetecer reler, porque já me apetece!

Ausência Prolongada, mas não desejada!


Na sexta feira tive que tomar a decisão que há já uns tempos andava a adiar. Trabalhar neste computador era impossível. Querer fazer alguma coisa rapidamente como é suposto os computadores poderem fazer era um sonho para cada um de nós que quando se sentava a esta mesa tinha vontade de bater com a cabeça na parede e atirar o computador pela janela fora.

Depois de agendar a Esplanada para três posts de fim de semana, o "bichinho" foi acondicionado dentro da sua maleta e levado para mãos que dele tratassem e que o pusessem a funcionar como se fosse novinho em folha.


Foram quatro dias. Quando passava por esta zona da sala sentia-me tentada a vir sentar-me de frente à janela. Só depois me lembrava que o meu companheiro não estava. Não escrevi nada nestes quatro dias...escrevi umas frases breves para um possível "Vou tentar", mas nada de extraordinariamente relevante. Esta pausa de quatro dias foi um programa de desintoxicação rápida das letras, da escrita, da vagabundagem pelas palavras de outros.


Voltei. A desintoxicação está cumprida. O computador está a funcionar. A minha cabeça e as minhas mãos vão voltar à brancura do "Criar mensagens".

domingo, 24 de maio de 2009

Uma Esplanada sobre o Mar, Vergílio Ferreira # [2]

[...] continuação
"- Não sei para que são tantos mistérios - disse a rapariga. - O melhor é dizeres logo tudo de uma vez.
- Não se trata de mistérios. Trata-se de estar certo o que te disser.
- Porque é que não há-de estar certo? - perguntou a rapariga.
- Por tanta coisa - disse o rapaz. - Eu achei que te ficava bem o vestido e tu estranhaste que eu o dissesse.
- Já me tinhas visto o vestido muita vez. Foi só por isso.
- Nunca reparaste que há certas coisas que nós já vimos muitas vezes e que de vez em quando é como se fosse a primeira?
- Nunca reparei - disse a rapariga.
- Nunca ficaste a olhar o mar muito tempo?
- Sim, já fiquei.
- Ou o lume de um fogão? - disse o rapaz.
- E que queres dizer com isso?
- Ou uma flor. OU ouvir um pássaro cantar.
- Sim, sim.
- Não há nada mais igual do que o mar ou o lume ou uma flor. Ou um pássaro. E a gente não se cansa de os ver ou ouvir. Só é preciso que se esteja disposto para achar diferença nessa igualdade. Posso olhar o mar e não reparar nele, porque já o vi. Mas posso estar horas a olhar e não me cansar da sua monotonia.
O rapaz tinha o olhar absorto na extensão das águas e permaneceu calado algum tempo. As águas brilhavam com o reflexo do sol na agitação breve das ondas. A rapariga calava-se também, fitando o rapaz, porque percebia que ele não acabara de falar. Mas o rapaz calou-se como se não tivesse mais nada a dizer e ela perguntou:" [...]
continua

sábado, 23 de maio de 2009

Uma Esplanada sobre o Mar, Vergílio Ferreira # [1]

[...]continuação

"À porta da esplanada deteve-se um momento a orientar-se por entre as mesas ocupadas, mas logo localizou a rapariga sob o guarda-sol azul. Vestia calça branca e uma camisola amarela de manga curta. E era louro como a rapariga. Quando ela o reconheceu, fez-lhe sinal, mas ele já tinha visto. Sentou-se-lhe ao pé e olhou em volta como se procurasse alguém. As mesas estavam quase todas ocupadas sob guarda-sóis coloridos e uma ou outra ao sol. Era quase tudo gente jovem, vestida de cores claras de praia.
- Desculpa, fiz-te esperar - disse ele.
- Cheguei há pouco, o criado nem trouxe ainda o que lhe pedi. E que é que me querias dizer?
O criado, com efeito, trazia o refresco para a rapariga, voltou-se para o rapaz a perguntar se tomava alguma coisa.
- Pode ser o mesmo - disse o rapaz.
O sol caía em cheio sobre a praia, iluminava o mar até ao limite do horizonte.
- Que é que me querias dizer? - perguntou de novo a rapariga.
Ele sorriu-lhe e tomou-lhe uma das mãos que tinha sobre a mesa.
- Gosto de te ver - disse depois. - Gosto de te ver como nunca. Fica-te bem o vestido branco.
- Já mo viste tanta vez.
- Nunca to vi como hoje. Deve ser do sol e do mar.
- Deve ser dos olhos limpos com que to vejo hoje.
O criado trouxe o novo refresco e ambos se calaram, tomando as bebidas."
[...] continua
Esplanada desenhada por Eduardo Salavisa

Uma Esplanada sobre o Mar, Vergílio Ferreira

Esplanada desenhada por Eduardo Salavisa

" A rapariga estava sentada a uma mesa numa esplanada sobre o mar. Vestia de branco e era loura mas estava muito queimada do sol. Ao lado da mesa estava montado um guarda-sol giratório de pano azul que o criado veio regular para acertar bem a sombra. O criado não perguntou nada e inclinou-se apenas e a rapariga pediu um refresco. Era a meio da tarde e o sol batia em cheio no mar, que se espelhava aqui e além em placas rebrilhantes. O céu estava muito azul e o ar era muito límpido, mas no limite do mar havia uma leve neblina e os barcos que aí passavam tinham os traços imprecisos como se fossem feitos também de névoa. Na praia que ficava em baixo não havia quase ninguém e o mar batia em pequenas ondas na areia. A espuma era muito branca, iluminada do sol, e o ruído do mar era quase contínuo e espalhado por toda a extensão das águas.

A rapariga de vez em quando olhava ao lado na porta que dava para a esplanada e depois olhava o relógio. Voltava então a olhar o mar e ficava assim sem se mover. Tinha os olhos azuis muito brilhantes contra a pele morena e o traço negro que os contornava. Foi num desses momentos de alheamento que o rapaz entrou."
[...]continua

sexta-feira, 22 de maio de 2009

A Mil à hora!!!!


Um dia de trabalho normal, em casa, é feito com pé no acelerador e poucas pausas. "O trabalho de uma dona-de-casa nunca está feito", costuma-se dizer e posso afiançar-vos de que esta é uma frase de cariz popular que é bem verdadeira! O meu dia a dia começa cedo, termina tarde e é absolutamente non stop!

Quando ao trabalho normal de um dia normal non stop se junta a preparação de uma festa, aí, meus Amigos/as, a velocidade aumenta para o dobro bem como os batimentos cardíacos e o nível de adrenalina no sangue. Hoje estou nesse estado. Mesmo tratando-se de um simples jantar de crianças, em que os únicos adultos seremos nós, Mãe&Pai, há muito a fazer e pormenores a ter em conta. Eles também apreciam uma Festa "nos trinques" e é isso que vão ter.

Deixo-vos agora para ir a correr às compras. Talvez ainda consiga escrever alguma coisita mais jeitosa durante o dia, antes de entregar este meu pobre computador numas mãos que, espero, o "tratem" de todas as parvoíces de que ele se anda a queixar!

Até já :-)

11º Aniversário do Martim

Nasceu no dia em que foi inaugurada a Expo 1998. Ainda pensámos por-lhe o nome de Gil, tal qual a mascote da Expo, mas depois, pensando melhor, Gil não começava por M e ia estragar tudo...ficou Martim.

Vai passar o dia na Escola apesar de ter quase implorado para fazer gazeta, mas só com ele na Escola é que poderei preparar o jantar surpresa que vai acontecer hoje e no qual os convidados de honra serão cinco amigos dele. Cinco meninos/as que já são colegas desde o 1º ano e que são daqueles que eu sei que ele vai mesmo gostar de ver entrar porta dentro.

Ele pensa que vai ter um jantar normal, de Pais e Irmãos onde a única extravagância serão batatas fritas (coisa que nunca se faz cá em casa!). As batatas fritas não vão existir e em vez de seis à mesa, seremos onze!!!!
festa festa festa....

quinta-feira, 21 de maio de 2009

As Drogas das nossas Avós # [1]

Imagem recebida por email

Estes belos rebuçados, de Cocaína, eram usados para acalmar as dores de dentes nas crianças, mas serviam para uma série de outras maleitas. Acalmar os infantes era uma das suas mais maravilhosas propriedades.

Depois disto, como é que se podem condenar aqueles Pais que, ao deitar, dão uma colherzinha de um xarope milagroso cujo nome começa em A e termina em X? Eu diria que "quem sai aos seus não degenera!".

A V I S O

Aviso gentilmente cedido por

Passo a informar-vos que dada a manifesta falta de tempo para postar durante os fins de semana, decidi (contra o que é meu hábito e prazer) começar a agendar tudo o que aos sábados e domingos por aqui se poderá ler.

Decidi também que serão "Palavras de Outros" que estarão a representar-me. "Palavras de Outros" já lidas por mim e que me são caras. Espero que gostem do que fôr sendo publicado e que continuem a passar por cá ao fim de semana!

Espiga, Case Study de economia de mercado

Fotografia emprestada
enquanto as pilhas da minha máquina carregam!

Se dúvidas houvesse de que os preços dos produtos variam consoante o local de venda e o tipo de população que constitui os consumidores desse mesmo local, a Espiga, hoje, teria sido um bom exemplo para um Case Study!

Desde muito nova que tenho por hábito comprar a Espiga. Quando era solteira era eu que a comprava para casa dos meus Pais e para casa da minha Avó Materna. Depois de casada, o hábito manteve-se até à data da morte da minha Avó. A partir daí houve uma parte de mim que nunca mais voltou a ser igual e a Espiga continuou a ser comprada, mas só para uso doméstico.

Sabia que hoje seria o dia D, ou melhor, o dia E(spiga). Quando saí na segunda volta de distribuição, fiz a ronda dos preços e encontrei o "dito" produto a €2 na estação de comboio e a €2,5 na florista do supermercado. Como não consigo desligar o câmbio de €s para $s, fiquei altamente chocada com estes preços. Apesar da Espiga simbolizar a existência de mantimentos numa casa durante 365 dias do ano, 400$00 ou 500$00 por um raminho de flores bravas que qualquer um pode ir apanhar e atar com um cordel para pôr a secar na cozinha parece-me grave demais. Abandonei estes locais de venda mais procurados. No caminho para casa lembrei-me de um mini-mercado (mini praça) onde nunca parei para fazer compras. Abrandei, aproveitei para me deliciar com um jardim bem tratado à volta desta mini-praça, e fui até ao "lugar" de venda de verdes e fruta onde, numa caixinha de madeira, dormiam alguns ramos de Espiga.
- Bom Dia! A como é a Espiga?
- Bom Dia, Menina! A €1,30...


Nem foi tarde nem cedo. Comprei dois belos ramos, um para mim e outro para uma Amiga, pelo preço de apenas um num dos locais a que fui primeiro. Mais uma vez comprovei a minha teoria de compras - saber os preços em mais do que um sítio pode ser aborrecido, mas na maior parte das vezes compensa e muito!

O Internet Explorer não consegue abrir a página http://vekikiprojects.blogspot.com?


Estava a ver que não. Já abri mil duzentas e cinquenta vezes o vekiki e mil duzentas e cinquenta vezes fui informada que o Internet Explorer não consegue abrir...já entrei nele pelas hiperligações dos outros vizinhos que o têm presente nas páginas de entrada e não consegui entrar...é como termos a chave de casa na algibeira e não conseguirmos tirá-la para abrir a porta da nossa própria casa. Agora, nem sei bem como nem porquê, lá consegui ser mais rápida do que a mensagem de impossibilidade e em vez de entrar no Iniciar Sessão, entrei no Nova mensagem. Vamos lá ver se esta trafulhice vai conseguir enganar o "espertinho".

Dois posts depois: consigo enganá-lo sendo mais rápida do que ele e dirigindo-me ao Criar mensagem, mas assim que tento ver o resultado lá vem ele com a conversa que não dá para abrir e ver e sei lá mais o quê! Para além de não conseguir ver o meu também não consigo visitar nem comentar os outros....que raiva!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Post Scriptum

Pedido emprestado aqui

Está provado!

Quando todos andam a cirandar em meu redor perde-se a capacidade de escrever algo com pés e cabeça.

A Passo de Caracol





Que se passa com o meu blogue hoje? Não actualiza as ligações aos outros "vizinhos" e volta não volta nem se actualiza a ele próprio...coitado! Deve estar esgotado...

Infinito

A minha Máquina nas mãos da minha Filha,
Farol de Stª Marta, Cascais, Março 2009

Esqueço o que aqui me traz. Limito-me ao mais simples, sentar-me e olhar em frente. O olhar perdido no infinito. Espanto-me com a vulgaridade do que penso, "olhar perdido no infinito" . Frase mais que batida para definir quem olha para nada. E se olhar o infinito significa olhar para nada, então o infinito é algo que não se vê, não se adivinha, não existe. Limita-se o infinito a uma entrada de dicionário, a uma palavra de poetas, de escritores e artistas. E parada, de olhar perdido no tal infinito inexistente, continuo a busca de mim, do sentido da minha existência no devir dos dias, esses sim, reais e devoradores.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Ser Mãe elevada a 4...

Eu e a minha máquina, Eles os 4, em Abril, no Algarve

é a minha tarefa prioritária, todos os dias, mas é uma tarefa altamente desgastante. Tão desgastante quanto gratificante. A verdade é que estes quatro, que enchem a minha vida desde que me levanto até que me deito, estão todos em fases cruciais das vidas deles. Precisam de apoio, de atenção, de regras, de disciplina, de momentos de lazer, e tudo isso passa por mim.
Como se eu fosse um marco, no meio de um percurso, um farol no meio do oceano.
O fim do secundário, o stress dos exames finais e da entrada ou não na Faculdade, e em que faculdade...o fim do básico, o stress dos exames finais e da entrada no secundário, a escolha da área e as consequências da escolha feita aos 14 anos...a pré-adolescência, a aceitação no grupo, o estudo que é feito ainda de forma muito infantil, os testes e as notas...a infância no seu estado mais puro, agitado, barulhento, açambarcador de atenção, o bébé dos irmãos crescidos que não resistem ao riso...
E eu. Como aconselhar bem? Como orientar o caminho sem sentir o peso de influenciar uma decisão? Como manter tudo nos eixos sem me esquecer que eles precisam de um reservatório imenso de ternura, de amor, de auto-confiança? Como amar perdidamente estes quatro sem me esquecer das regras, do ralhete na hora certa?
Ser Mãe elevada a quatro é uma ventura mas é principalmente uma Aventura que eu, dona da minha autoconfiança (aparente) e da minha fragilidade (interior), vivo com enorme prazer e, por vezes, muita ansiedade!

Céu e Árvore Algarvios, no mês de Abril





Reabre o céu depois de uma chuvada
no azul do dia.
É o azul do nada
com que se fazem os deuses e a poesia.


Vergílio Ferreira,
Uma Esplanada sobre o Mar
"I'm not talking about finding Mr. Right,
I'm talking about finding Mr. Right Now!!!"

Filmes de outros tempos

Fundo do Mar visto pelos olhos do Catarino

Confesso que nunca tinha visto nenhum filme da saga Tubarão! Ontem quando me sentei no sofá para o serão televisivo, o Manel estava a ver O Tubarão 2 no Hollywood. Acabei por ver o filme até ao fim, não sem me assustar e arrepiar de vez em quando e de pensar que bom é o nosso mar não ter destes visitantes.

De Abraços

Para te abraçar não preciso de dois braços. Há abraços que se dão com um braço apenas que nos rodeia e nos acolhe, nos aconchega. Para te abraçar não preciso de dois braços. Há abraços que se dão com o olhar que se basta para nos confortar. Para te abraçar não preciso de dois braços. Há abraços que se dão com o simples toque de uma mão que noutra se enlaça. De abraços...

Traços de Vida


Passamos pela vida. Vivemo-la da melhor forma que sabemos. Outras vezes desperdiçamo-la simplesmente porque a pensamos eterna, porque nos pensamos a viver para sempre. Não temos presente em nós a ideia de finito porque a achamos mórbida ou disparatada. A verdade é que no traço da nossa vida, definido no destino de cada um, existem dois pontos fixos, o da chegada e o da partida. Não os vemos, não os pensamos. E por cá vamos andando. Ultrapassando obstáculos, uns maiores outros mais pequenos. Derramando lágrimas de alegria e felicidade. Amando, odiando, ignorando. E nesta nossa passagem pela vida vamos cruzando o nosso traço finito com milhões de outros traços finitos, numa encruzilhada de caminhos, de destinos e de sensibilidades para a vida. São muitos os traços que se cruzam com o nosso sem lhe deixar marcas, sem o empurrarem minimamente noutra direcção. São os traços dos outros, dos comuns, dos que contemporaneamente a nós vão percorrendo o ritmo da vida. No meio destes milhões de traços comuns surge, de vez em quando, um traço diferente de todos os outros. Um traço que cruza o nosso e que nos acorda do torpor em que nos fazemos deslizar pela vida, porque há pessoas que quando nascem nas nossas vidas não nos deixam indiferentes e nos poêm a pensar de onde surgiram e onde estiveram durante todo o tempo em que não apareceram no nosso traço. São estes traços que modificam o nosso, acrescentando-lhe características que o enriquecem e que, algumas vezes, o fazem alterar o sentido em que continuará o seu caminho. É bom sentirmo-nos enriquecer assim e melhor é quando sabemos que fomos capazes de com o nosso traço modificar o traço de outros, para melhor.

O Dia da Mãe, José António Saraiva, SOL

Recebi este texto por mail. Ontem. Só hoje tive tempo de o abrir e ler. Subscrevo-o e deixo-o para que sobre ele reflictam.

"Um destes dias, quando passava de carro na Avenida da Índia (que continua a 24 de Julho para o lado de Algés), cruzei-me com um cartaz onde se lia: «Ofereça um sonho a quem já lhe deu tudo». Não percebi imediatamente do que se tratava. Só passados uns segundos (desculpe o leitor a minha falta de perspicácia) concluí o óbvio: que era um cartaz a apelar ao consumo no Dia da Mãe.
Confesso que sempre embirrei com os ‘dias’ disto e daquilo. Porque se transformaram em meras oportunidades de negócio. O seu significado inicial perdeu-se. O que prevaleceu foi o apelo ao consumo. E, não tendo eu nada contra os comerciantes, que têm de vender os seus produtos, também não gosto de ser tomado por tolo. Não gosto que me ‘levem’ com este tipo de publicidade primária, que apela a sentimentos respeitáveis para levar os tansos a gastar dinheiro.
O dia da Mãe existe há muito. Lembro-me dele em criança – e não me recordo de haver nessa altura outros ‘dias’ dedicados ao que quer que fosse.
Nessa época, a ‘Mãe’ era uma referência permanente. A quadra de Heloísa Cid era constantemente citada:
Com três letrinhas apenas
Se escreve a palavra Mãe
Que é das palavras pequenas
A maior que o mundo tem.
Os livros da instrução primária continham inevitavelmente meia dúzia de textos dedicados à Mãe. Pode até dizer-se que havia um ‘culto da Mãe’, que estaria aliás ligado à própria ideologia do regime, que valorizava a família.
Homenageando a Mãe, celebrava-se a maternidade, a fonte da vida, o papel da mulher como progenitora. Assim, no dia consagrado à mãe, os filhos homenageavam quem lhes tinha dado o ser – e os maridos homenageavam as mulheres, que eram as mães dos seus filhos.
Esta celebração também era, implicitamente, uma espécie de apelo à conservação da espécie humana. Sem maternidade não há futuro. Se de um dia para o outro as mulheres se recusassem a ter filhos, a geração seguinte já não existiria. A espécie humana acabaria aí.
Essa homenagem dos filhos às mães e dos maridos às mães dos seus filhos começou, com a passagem do tempo, a traduzir-se quase exclusivamente na oferta de presentes. Era o mais prático, o mais cómodo, não exigia muito esforço. Gostasse-se mais ou menos da mãe ou da mulher, passava-se por uma loja e comprava-se um ramo de flores, uma caixa de chocolates, um perfume ou mesmo uma jóia (no caso dos mais abastados) e o problema ficava resolvido. A missão estava cumprida.
E assim os comerciantes passaram a olhar para a data com gula. Não era oportunismo – era o aproveitamento natural de uma boa oportunidade.
E daí ao passo seguinte foi um pulo. Quando o Dia da Mãe se destacou como uma boa fonte de receitas, os comerciantes não puderam deixar de pensar: e por que não um Dia do Pai? Seria mais uma oportunidade para vender presentes... E atrás deste veio o Dia dos Namorados. E depois o Dia da Criança. E todos os dias nascem ‘dias’ disto, daquilo e daqueloutro.
De dia dedicado à figura materna, à pessoa que nos dá o ser, à preservação da espécie humana, passou-se a dia dedicado ao consumo. Dia em que o consumo se tornou quase obrigatório, porque oferecer prendas nessa ocasião tornou-se uma obrigação.
O curioso é verificar que este apelo do consumo no Dia da Mãe corresponde a hábitos que estão nos antípodas daquilo que levou à criação desse ‘dia’. É que a sociedade de consumo, longe de ser amiga da natalidade, é sua inimiga figadal.
Há uns dias, uma mulher madura, próxima da minha família, dizia: «Tenho seis filhos mas não me importava de ter 12. Os meus filhos são a minha fortuna».
Ora esta pessoa ainda pertence claramente à sociedade pré-consumista. Considera os filhos um bem, uma fonte de riqueza. Sucede que, para as pessoas apanhadas na rede da sociedade de consumo, a fortuna não são os filhos mas os objectos.
Quantas vezes já não ouvimos um casal dizer: «Nós só teremos filhos quando já tivermos tudo o que precisamos em casa: mobília, televisores, leitores de CD e DVD, máquinas de lavar louça e roupa, e – claro – automóveis para ambos, para já não falar das viagens que queremos fazer a dois»?
Os filhos vêm, portanto, no fim. Depois de os casais terem tudo aquilo de que precisam e de terem gozado tudo o que queriam gozar. Claro que às vezes, quando já se tem tudo e a ocasião chega, é demasiado tarde. E outras vezes a ocasião nunca chega.
Vemos assim como o consumo, hoje, está frequentemente contra a natalidade. E isto ainda torna mais irónico comemorar-se o Dia da Mãe acorrendo às lojas, comprando objectos muitas vezes inúteis, gastando dinheiro.
IINDO um pouco mais longe, podemos dizer que esta civilização que construímos está contra a natalidade – e prova disso é que em grande parte do mundo civilizado a população está a diminuir.
O egoísmo urbano, as casas pequenas, o facto de as mulheres casarem cada vez mais tarde, a tal necessidade de consumir muito deixando pouco dinheiro disponível, até o culto do corpo – tudo isso são entraves à procriação.
Há anos, a namorada de um conhecido político dizia que não queria ter filhos para «não estragar o corpo».
Portanto, se para uma certa mentalidade tradicional, pré-capitalista, os filhos são a principal fortuna, para a geração da sociedade de consumo os filhos são uma despesa e um estorvo.
Estamos, assim, perante duas visões opostas do Dia da Mãe.
No espírito de quem o instituiu, era uma homenagem à maternidade – e um incentivo para as mulheres terem filhos, assegurando o futuro da nossa espécie; no espírito desta civilização que vive do consumo, é uma oportunidade para se vender mais, para se consumir mais, para se pensar menos nas pessoas e mais nos objectos.
E estas duas visões, além de opostas, são inconciliáveis. Os filhos são uma riqueza ou uma fonte de empobrecimento? Uma alegria ou um estorvo? Devem vir no princípio da vida em comum ou só quando já se tem tudo?
É CURIOSO, ainda, verificar como estes temas também se foram politizando.
Quem está do lado da natalidade, hoje, é ‘da direita’. As famílias numerosas são vistas como ‘fenómenos’ de direita. Porquê? Julgo que o motivo está na luta pela libertação da mulher. Em certos círculos, a maternidade é vista como uma escravidão. A recusa dos filhos tem pois em vista arrancar as mulheres às grilhetas do lar e torná-las independentes. Independentes dos maridos, dos filhos, preparadas para ter uma vida própria.
É também essa a razão pela qual a esquerda cultivou uma ‘cultura da morte’ – propagandeando tudo o que constitui obstáculo à maternidade, como a pílula, o preservativo (não por causa da sida mas com o objectivo de não engravidar), as técnicas de contracepção, o aborto.
Mas será esse o caminho? Será essa a independência desejável?
É certo que o facto de uma mulher ter muitos filhos constitui em jovem uma prisão. E aí terá de optar entre os filhos e outras comodidades. Mas na idade madura não existem dúvidas. É evidentemente melhor para uma mulher ter uma família, filhos, eventualmente netos, do que viver só, remoendo solitariamente os seus problemas e angústias. Em jovem uma mulher com filhos será mais dependente, terá mais prisões, não poderá consumir tanto como uma mulher sozinha nem – se calhar – apostar tanto na carreira. Mas na idade madura tudo se apresentará ao contrário.
É este balanço a fazer.
VOLTANDO ao tema central, o Dia da Mãe mudou de significado.
De homenagem à mulher e à maternidade, passou a ser um dia dedicado ao consumo. E muitos jovens acham que para poderem consumir aquilo que querem têm de abdicar de ter filhos. É este um dos grandes dilemas da nossa época. Por isso, na maior parte das regiões onde a sociedade de consumo se instalou, a população está a diminuir. Por mim, não tenho dúvidas: há que consumir menos e dar à Humanidade mais crianças. Mas sei que estou em minoria."

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Insubstituíveis ou não?

É frequente ouvirmos dizer que ninguém é insubstituível, mas quando o momento da verdade chega, ou seja, quando por algum motivo nos ausentamos e deixamos para outros as tarefas que rotineiramente cumprimos, o caso muda de figura e o insubstituível é repensado...

"Tia, é tão difícil a vida em casa sem a Mãe...os cães fizeram chichi no meu quarto e no dos Pais, tive que apanhar toda a porcaria que fizeram na relva do jardim, tive que pôr os tapetes a lavar na máquina..."

Ah pois é!

Notícias de Lá


"Amiga, estamos...bem...isto é maravilhoso! Se ganhar o euromilhões, vimos todos. Beijos grandes.", é este o texto do sms que acabei de receber. Porque será que não me admiro? Porque será que parece que sinto o mar, o calor, o cheiro, a terra, tudo a chamar por mim? Eu também tenho de ir...um dia. Obrigada G.!

Cinema em Casa

Por variadíssimos motivos que não interessam agora, há séculos que não vou ao cinema. Quando digo cinema, digo cinema de gente crescida, um filme daqueles que não inclui desenhos animados nem dobragens para português! Quer isto dizer que imensos filmes me têm passado completamente ao lado. Já nem penso nisso que é para não ter mais uma razão para stressar, mas de vez em quando surge em conversa o tema "Viste o filme ...?" e eu lá tenho que admitir a minha ignorância, a minha falta de conhecimento para opinar sobre o dito. Dos filmes a ver não faço lista como dos livros a ler, mas dentro da minha cabecinha eles vão ficando arrumadinhos para que eu me lembre de os ir buscar para ver em casa. Agora há dois de que me falaram e que não quero deixar escapar:

No Limiar da Verdade Seda (este tenho a vantagem de ter lido o livro e de ter adorado!!!)

Aproximam-se...

...os últimos dias de aulas e os testes. Para uns vai ser o respirar fundo, arrumar livros e cadernos bem longe da vista e dar início a longos dias de dolce far niente embalados por sol e mar. Para outros, começa outra etapa. As dores de barriga próprias de quem vai a exame. O estudo e as revisões de última hora, exercícios feitos com olhos vermelhos de tanto ler, treinar, apagar e recomeçar. Aqui em casa vamos ter dois examinandos de final de ciclo, um a deixar o básico, outra a deixar o secundário. Os grandes a crescerem sem pedir licença. Os grandes a tomarem nas mãos as rédeas das suas vidas. Momentos de escolhas que influenciarão tudo daqui para a frente. Tremo com eles e por eles, mas só tremo cá dentro de mim. Torço dedos e dou por mim a pensar que talvez devesse ser supersticiosa, ou não. Claro que não! Os meus Meninos são bons e vão conseguir passar esta fase da vida deles com grandes resultados, sem precisarem de rezas ou bruxarias que os auxiliem!
Falta pouco. Falta mesmo muito pouco para esta Família passar a outra fase, a das FÉRIAS!!!!!

Valsinha, Chico Buarque da Holanda

Esta também é uma das Músicas da minha vida. Pelo poema, pela voz do Chico Buarque, pelas vezes que a ouvi durante a minha adolescência e juventude, pelo amor que tem dentro. De vez em quando toca no carro. De vez em quando toca em casa. Hoje quando visitei o Blog de umas Meninas que eu conheço dei com a letra lá publicada. Fui buscar letra e música e deixar aqui para que todos os que conhecem recordem e para que todos os que não conhecem passem a conhecer e a AMAR!

Eu vou tentar...

é um desafio. O desafiante merece que eu tente. Tenho que organizar ideias e fazer uns cartõezinhos que me orientem. Uma espécie de GPS para a escrita. Talvez depois de sexta feira a minha cabeça comece a ficar mais arrumada, mais calma, mais "clear". Para mim. Mas eu prometo que vou tentar! Já estou a tentar...

Segunda Feira ! ! ! # [1]


Só espero que esta semana seja pacífica! O fim de semana não foi muito dado ao descanso e eu chego a meio de domingo a suspirar por segunda feira. Estranho, não? Sou mesmo ao contrário de todos os mortais ou a minha cabeça está mesmo a pedir para fechar para obras? Não sei bem a resposta às minhas perguntas.
Só sei que é segunda feira, duas manhãs desta semana serão com os rapazes em casa (provas de aferição), um dos dias é dia de aniversário e de consulta médica, uma noite de jantar com uma antiga colega da Catarina e respectiva família, um lanche de Família no domingo, em Azeitão...espero que não apareça mais nada, de repente!

sábado, 16 de maio de 2009

Today is (your) the Day

A esta hora os nervos devem estar a dançar e a cantar dentro dela. No fim de contas não é qualquer mortal que tem a honra de integrar um coro de um espectáculo que será visto por 5.000 pessoas ao vivo numa das mais emblemáticas salas/praças do nosso país!

Não vou telefonar nem desejar boa sorte, porque essa é uma das coisas que não se deve desejar a um artista antes de entrar em palco. Vou estar com os meus neurónios voltados para Ela e tentar enviar-lhe umas "ondas" telepáticas que a façam sorrir enquanto canta. Eu sei que ela as vai sentir e sorrir e pensar que eu estou lá, com ela!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Deambulações

A minha Máquina nas mãos da minha Filha, Janeiro 2009
Parte I.

Recebi uma mensagem de manhã "Que tal vir cá ter, almoçamos e vamos até à Feira do Livro?". Que rica ideia! Nem pensei duas vezes. Comboio, passeio a pé até ao Rossio, ponto de encontro que tínhamos combinado via sms. Eu gosto de percorrer estes caminhos a pé. Primeiro porque sofro de claustrofobia e não consigo viajar de metro tranquilamente, segundo porque gosto de andar a pé e quando o faço em Lisboa sinto-me cheia de felicidade, de vontade de viver, por isso, quando tenho de ir a Lisboa, percorro ruas a pé. Ia eu muito contente, no meu passo rápido porque a hora do encontro se aproximava e já não era só uma amiga, mas duas, que me esperavam, quando me cruzo com alguém a quem reconheci a cara embora não me conseguisse lembrar de onde. Continuámos, cada uma na sua direcção, mas acabámos por nos virar para trás. Vera, sou eu, a Carmo, do Filipa! Claro que sim. Onde trabalhas? Na CML, nos Casamentos de Stº António. Risos. Eu estou em casa, há quase 10 anos. Que giro, há um tempo escrevi sobre ti no meu blogue. A sério? Sim. Toma lá o enedereço e vai ler, acho que vais gostar. Trocámos números de telemóvel e endereços virtuais. Despedimo-nos com sorrisos encerrando memórias de tempos que estão tão longe!

II.

Finalmente no Rossio! As três. Cada uma tão diferente da outra, entre cada duas relações diferentes mas de amizade e de prazer na companhia. Almocinho cheio de conversa e de sorrisos, e de risos a anteceder mais passos que nos levariam ao "paraíso"...
Avenida da Liberdade acima, com breves paragens para deitar os olhos para umas poucas montras especiais. A conversa sempre boa, sempre amalucada, sempre divertida. Pelo caminho, uma de nós abandonou o grupo. Valores mais altos se levantam e alguém tem de trabalhar neste país, certo? Continuámos duas e duas deambulámos pela Feira do Livro durante toda a tarde. As compras aconteceram, controladíssimas, mas aconteceram. Eu, felícissima por comprar 4 e pagar 3, fui bem comportada e por menos de €20 trouxe quatro livros que não sendo êxitos de escaparate ou de vendas me pareceram realmente boas companhias de leitura. E eu gosto de ler coisas pouco conhecidas, pouco divulgadas. Manias! Não posso dizer que não me chamaram alguns outros, dos mais vendáveis, mas esses deixo-os como sugestão de presente para dias de aniversário, natal ou coisa do género...Ainda trouxe dois belos caderninhos de desenho com capas tipicamente portuguesas para a minha "artista" e uma amiga e consegui, sem comunicar com elas, acertar nas capas que cada uma gostava de ter (Ginginha portuguesa e Eléctricos!).
Foi uma tarde bestial. Voltei ao meus Meninos muito feliz, muito cheia de vontade para enfrentar o stress de regresso a casa! Tenho de agradecer às minhas duas Amigas, a que me desafiou, a que eu desafiei para se nos juntar, uma tarde bem passada nas ruas da minha cidade do coração.

As pessoas mudam...

Todos nós mudamos. Uns para melhor, outros para pior. Ao longo da vida são várias as fases que atravessamos, os estilos que adaptamos na roupa que escolhemos, nos cortes de cabelo que ousamos ou não experimentar, nos livros que gostamos de ler, um sem número de coisas que nos vai fazendo crescer e evoluir. Neste processo de mudança/evolução que sofremos com o passar dos anos vamos deixando pelo caminho pessoas, vamos mantendo a relação com outras, vamos ganhando e cimentando novas amizades e conhecimentos. Os que se mantêm por perto quase não se apercebem das mudanças. Vão assistindo a elas e acompanhando não estranham. Os que perdemos de vista na linha da vida, quando nos reencontram, abrem a boca de espanto e nem querem acreditar no que estão a ver...eu ainda não parei de rir!

Esta tenho de contar...



Na terça feira tive que ir à cidade. O Mateus tinha oftalmologista e lá fomos. Levámos uma amiguinha dele. Quando já estávamos a entrar na cidade, diz o Mateus:

- Teresa, olha, CDU! Centenas Dezenas e Unidades!

Por enquanto é só isto que se pode apresentar...

Your Personality Is Idealist

You are a passionate, caring, and unique person.
You are good at expressing yourself and sharing your ideals.
You are the most compassionate of all types and connect with others easily.
Your heart tends to rule you. You can't make decisions without considering feelings.
You seek out other empathetic people to befriend.
Truth and authenticity matters in your friendships.
In love, you give everything you have to relationships. You fall in love easily.
At work, you crave personal expression and meaning in your career.
With others, you communicate well. You can spend all night talking with someone.
As far as your looks go, you've likely taken the time to develop your own personal style.
On weekends, you like to be with others.
Charity work
is also a favorite pastime of yours.

The Three Question Personality Test

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Vazio # [Parte II.]

Máquina de Escrever oferecida pela O2



Saía a pé, caminhando, atenta umas vezes, alheada maior parte das vezes. Digerindo mentalmente as ideias que lhe atafulhavam o cérebro, que por lá iam ficando espalhadas, na sua maioria restícios de palavras que lera em livros que amara. Deixava-as espalharem-se e ocuparem os espaços que lhes agradavam. Já não tinha tempo para elas, para as arrumar em espaços certos onde as pudesse encontrar à primeira quando delas sentisse a falta. Já se cansara de ler histórias de amor. Eram todas iguais. Lamechas e irreais. Os amores que nos contam os escritores já não existem. No dia a dia é tudo demasiado complicado, apressado, individual, para que possam acontecer histórias de amor como as de alguns livros. Essas histórias, há muito as arrumara. Agora procurava ler palavras reais, na dureza e na descrição de pessoas e situações. Procurava descobrir nas palavras de outros as respostas para os anseios que lhe apertavam o coração e a alma. Tão apertados que às vezes pensava que não iria nunca mais conseguir respirar ou mesmo pensar. Tinha saudades da sensação de leveza de quando se acredita que ainda tudo é possível. Tinha saudades de olhares trocados, de mãos dadas e corações a bater rápido, de silêncios cúmplices. Seria sonhar demais? Seria apenas uma utopia de quem vive só desejar a companhia de alguém que preencha os vazios que a vida vai semeando? Não sabia responder às suas próprias perguntas e essa ignorância cansava-a. Tudo a cansava ultimamente. Por vezes sentia a necessidade urgente de uns braços que a apertassem com a ternura indizível do gostar a sério e que a protegessem. De si mesma. Dos seus medos. Dos seus desejos. Que a matavam. Aos poucos. Mãos que a afagassem seriam benvindas...os abraços não vinham e as mãos desejadas estavam sempre longe, demasiadamente longe. Então, exausta de tanta dúvida, tanta incerteza, tanta solidão, fechava os olhos. No écran dos seus olhos fechados, vindas do espaço desarrumado do seu cérebro, chegavam palvras de outros, daqueles que contam histórias de amor que já não existem...
let me tell you that i love you
...respirava fundo e adormecia sonhando, mais uma vez, com uma realidade que, para ela, só existia no mundo maravilhoso dos sonhos.

Vazio # [Parte I.]

Máquina de Escrever oferecida pela O2


A boca ia aos poucos transformando-se num fio, quase imperceptível num rosto fechado. O sorriso desaparecia a cada dia que passava, sinal exterior da secura que se instalava no interior. No pescoço a pele começava a perder a elasticidade de outrora e, dentro dele, a voz calava-se, encerrada na garganta, capaz de explodir e fazer alardo do que não era bonito de se ouvir se cá para fora saísse. Desiludida ou a desiludir? Não podia definir. O corpo acompanhava a tristeza. Limitava-se aos movimentos obrigatórios, aos passos necessários, ao que devia ser feito. E os olhos. Os olhos, espelho da alma, transmitiam a tristeza imensa, a dor profunda, o vazio. Mesmo quando a linha da boca se transformava num semi-círculo, imperfeito, os olhos continuavam a implorar por algo que os fizesse brilhar e sorrir também. Tapava-os. Óculos escuros que escondiam a tristeza e lhe punham vida no rosto. Dentro da cabeça, no cérebro onde dizem que tudo se passa e que tudo comanda, a actividade não parava e a felicidade existia, mas eram como um sonho que se vai sonhando noite após noite e que termina quando se levanta a cabeça da almofada. Durante o dia a tristeza era visível mas disfarçável. O trabalho mantinha-a encerrada nas quatro paredes que a ela o cérebro e, principalmente, o coração reservavam. Pior era quando a noite chegava. O repouso obrigatório dos corpos e dos pensamentos. O período do descanso, da intimidade, do sossego. À noite, quando a hora de recolher não mais se podia estender, a cabeça inquietava-se. O corpo cansado do dia, a cabeça a desejar algo mais que uma noite de sonhos impossíveis de realizar, deitava-se, sobre o lado direito. Duas almofadas. Uma das mãos por baixo de uma delas. O corpo semi encolhido, no lado direito da cama. Em silêncio. Já não se lembrava do dia em que tudo tinha mudado ou porque tinha mudado. Em que altura da vida tinha deixado de acordar a cantar e a assobiar como era seu costume, desde miúda. Em que altura da vida comçara a sentir o cansaço na hora em que se erguia da cama de manhã. Já não sabia qual o sentido do que acontecia em seu redor. Sabia porque se mantinha ali mas sabia que aos poucos estava a desaparecer. Como se o seu eu morresse todos os dias um bocadinho. Não era uma pessoa que ali andava. Era apenas um ser. Um cuidador de outros seres que de si dependiam. Não desistira ainda de si. Acreditava que um dia havia de mudar tudo. Tinha de mudar tudo! E quando os silêncios em que vivia eram enormes, escuros, pesados demais para os seus ombros demasiado fracos, estreitos, saía. Saía para a rua. Para o Sol. Para a Chuva. Para o Frio. Pouco importava o tempo que fazia lá fora. Qualquer coisa servia para lhe aligeirar o silêncio e o vazio.
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