Este ano as matrículas foram caracterizadas por uma nova modalidade: a existência de uma Central de Matrículas. Para evitar cunhas, para que fossem assegurados os critérios de ingresso dos alunos nas escolas a que realmente pertencem, foram as razões dadas para esta inovação de última hora. Fiz, calma e serenamente as matrículas e nem me passou pela cabeça a ideia de que teria de confirmar que os dois rapazes mais velhos iriam ficar nas escolas onde os matriculei. Estava, portanto, completamente, "na boa".
Ontem, quase às nove da noite, recebo um sms de uma outra Mãe perguntando se eu sabia que as listas de alunos aceites na Escola de Stº António da Parede já estavam publicadas e que o nome do Martim não estava lá. Fiquei logo em pulgas. Às nove da noite, do último dia útil do mês de Julho, véspera de saída para férias de maior parte dos Pais e Mães de alunos adolescentes deste país? Eu não queria acreditar no que me estavam a dizer. E se não está naquela Escola, a que Escola foi parar? E que raio de sistema é este que retira um aluno (neste caso, mais do que um, da mesma turma de 6º ano) de uma turma, de uma Escola e não envia uma comunicação ao Encarregado de Educação? Claro está que peguei em mim e nos meus contactos e toca de desatar a teclar. Mails para um lado, sms's para outro, esquema montado para na segunda feira de manhã me "plantar" na secretaria da Escola e pedir explicações.
Se a dita Central de Matrículas pretendia evitar o factor "cunha", pressinto que não vai conseguir mais do que o que se fazia no meu tempo de "ciclo preparatório" - a Escola escolhida pelos Encarregados de Educação não era a da zona de residência, então descobria-se um amigo ou familiar que vivesse na dita zona e dava-se aquela morada como sendo a do Aluno. Vamos voltar a este sistema? Não tem sido dito que os Encarregados de Educação devem ser livres de escolher a Escola que querem para os seus Filhos? Não me parece que isso esteja a acontecer. Pior. Não acontece e quem está à frente da Escola também não age da melhor forma.
Mais um stress para anteceder as férias. Mais uma "merdice" para nos atrasar a saída, porque não sei realmente quanto tempo vou demorar a resolver este assunto. Mais uma experiência negativa relativamente ao nosso sistema de ensino, às directrizes do Ministério da Educação.
Triste.
Publicamente: triste a forma como se resolvem as coisas em Portugal. Como se mexe com a vida das pessoas sem se ter qualquer tipo de consideração/respeito. Quando é que eu iria saber desta alteração? Em Setembro, quando voltasse? E os livros? Por mero acaso não os comprei, porque a primeira tentativa foi arranjar os livros emprestados. Já cá tenho alguns. Quando é que a Escola me notificaria? Durante o mês de Agosto quando eu não estivesse cá para abrir a caixa do correio? Telemóveis? Custam dinheiro. Mails? Não os sabem escrever? São grátis e imediatos!
Estou pior que estragada com tudo isto.
Segunda feira lá estarei. Uma certeza tenho desde já. Uma escola que age assim, não me serve. Como tal, o próximo filho não irá para lá. Irei arranjar uma morada emprestada para que ele possa fingir pertencer a uma outra escola.
Que tal?